O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, reagiu nesta quarta, dia 21, às crítícas de líderes do setor à liberação de R$ 187 milhões por parte do governo federal para compensar os prejuízos com a seca. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Rossetto disse que o volume liberado "não é mixaria", como foi classificado pelo coordenador de produção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-Sul), Celso Ludwig, na edição desta quarta de Zero Hora.

– Não é razoável, na minha opinião, não reconhecer que R$ 187 milhões com possibildiade de ampliação seja mixaria. Não é. É um esforço importante do governo, que tem seus limites, e que traduz um apoio a nossos agricultores – disse o ministro.

Segundo Ludwig, no Estado, apenas um terço das famílias será beneficiado. O coro contra o pacote é engrossado pelo presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Ezídio Pinheiro, que reagiu com resignação às medidas do ministério para compensação das perdas com a estiagem.

– Ele mesmo (Rossetto) admite que os recursos são insuficientes – afirmou.

No pacote anunciado nesta terça, o governo decidiu ajudar os agricultores de quatro Estados produtores de grãos – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. O RS deve ficar com mais de R$ 100 milhões do montante. Do total de recursos, R$ 80 milhões serão usados para financiar a safra de inverno, e R$ 107 milhões, para medidas de auxílio aos agricultores atingidos pela seca, como prorrogação de prazos de pagamento do financiamento das culturas de verão. Como o Rio Grande do Sul é o maior produtor de trigo, deve ficar com cerca de R$ 45 milhões para o custeio de inverno.

Rossetto disse também na entrevista que o governo irá definir ainda neste semestre um programa de seguro agrícola permanente.

Com informações de Zero Hora e da Rádio Gaúcha.