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Uma nova fita sobre o caso Waldomiro Diniz mostra que um subprocurador da República, José Roberto Santoro, tentou obter do empresário do jogo Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o vídeo em que o ex-assessor da Casa Civil pede dinheiro para si e para candidatos a governador.
A fita, divulgada pelo Jornal Nacional da Rede Globo nesta terça, dia 30, mostra que Santoro insistiu diversas vezes para que Cachoeira lhe entregasse o vídeo, o que não aconteceu. O principal argumento do subprocurador para pressionar Cachoeira era de que seu chefe, Cláudio Fonteles, poderia chegar a qualquer momento. Eram 3 horas da manhã e Fonteles costuma chegar às 6h, segundo Santoro.
O subprocurador chegou a afirmar que seu chefe não ia gostar de vê-lo, àquela hora, numa tentativa de "ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República (José Dirceu), o homem mais poderoso do governo, ou seja, para derrubar o governo Lula".
A gravação, segundo o intermediário que entregou a fita à Rede Globo, teria ocorrido no dia 12 de fevereiro, véspera da divulgação da reportagem da revista Época que denunciou Waldomiro, provocou sua demissão e instalou uma crise no governo. Santoro disse ao Jornal Nacional, no entanto, que a conversa ocorreu em 8 de fevereiro.
A intenção do subprocurador, segundo o Jornal Nacional, era obter uma prova lícita diretamente de Cachoeira. Santoro já teria recebido uma cópia do vídeo sobre Waldomiro entregue pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). A reportagem do Jornal Nacional repercutiu imediatamente no Congresso Nacional. Líderes do governo disseram que a fita mostra que o subprocurador agiu com motivações políticas.
– A fita mostra que houve uma armação que teve como objeto desestabilizar o governo Lula. Mostra um subprocurador da República acochando um criminoso – disse o deputado Professor Luizinho (PT-SP), vice-líder do governo na Câmara.
O líder do PSDB na Casa, deputado Custódio Mattos (MG), sustentou que a fita não joga uma ducha de água fria na oposição e defendeu uma CPI para o caso.
– Fica claro que há jogo de interesse e poder em todas as instâncias e instituições da República e o único local em que há transparência é o Congresso, onde os conflitos são explícitos e onde só uma CPI pode esclarecer os fatos.
Com informações da agência Reuters.
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