| 05/03/2004 11h30min
O presidente do Senado, José Sarney, disse nesta sexta, dia 5, que não vai indicar parlamentares da base aliada para integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, protocolada nesta quinta. Numa manobra que visava inviabilizar a abertura da CPI, a liderança do governo no Senado decidiu não apresentar nomes para participar da comissão.
Segundo o regimento, o presidente da Casa tem o poder para apontar nomes caso os partidos se omitam. O Senador Pedro Simon (PMDB-RS), em discurso na tribuna nesta manhã, cobrou do presidente do Senado a indicação de integrantes para a CPI e anunciou que vai recorrer da decisão se a apresentação de nomes não for feita.
– Não acredito que Sarney, que foi presidente do Senado quando engavetou a CPI dos Corruptores no governo do presidente Fernando Henrique, mais uma vez, oito anos depois, vai cometer o mesmo equívoco. Dessa vez haveremos de recorrer da decisão – disse.
No entanto, Sarney afirmou que não vai "arcar sozinho com o ônus de indicar nomes". A CPI, que iria investigar acusações de lavagem de dinheiro nas casas de bingos, se tornará inviável com a decisão dos partidos aliados e de Sarney.
Nesta sexta, em entrevista à Rádio Gaúcha, o líder do PMDB no Senado, Renan Calaheiros, disse que a tática do governo de esvaziar a CPI dos Bingos será aplicada em todas as outras tentativas de aberturas de comissão para investigação de assuntos relacionados ao caso Waldomiro Diniz.
– Enterramos o assunto da investigação política. A investigação política só deve ocorrer quando há certeza que há de que está havendo obstáculo à investigação normal. O que não é o caso. Queremos ver tudo esclarecido. (A decisão) Se estende a qualquer investigação política no Senado. Porque a maioria não está disposta a transformar o Senado em palanque – afirmou.
O requerimento para abertura da CPI foi lido na manhã desta sexta no plenário do Senado. O pedido prevê 15 membros efetivos na comissão e igual número de suplentes, e durará 120 dias caso for aberta. O requerimento, conforme informou Suassuna, é assinado pelo senador Magno Malta (PL-ES) e por mais 35 senadores.
Com informações da Rádio Gaúcha e Agência Senado.
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