O presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Nelson Nastás, aposta no jogo de cintura do novo capitão do Brasil na Copa Davis, Jaime Oncins, para contornar o mal-estar motivado pela demissão de Ricardo Acioly do comando da equipe. Na tentativa de voltar ao Grupo Mundial da Davis, a equipe brasileira enfrenta o Paraguai entre os dias 9 e 11 de abril pela segunda rodada da Zona Americana, na Costa do Sauípe (BA).

– Estou depositando a minha confiança no Jaime. Ele está conversando com os jogadores e até o fim de semana vai voltar a falar comigo – explicou o dirigente à agência de notícias Reuters.

A polêmica foi grande quando no final de fevereiro, em meio à disputa do Brasil Open, a CBT anunciou a substituição de Acioly por Oncins. Os tenistas brasileiros reclamaram por não terem sido informados antecipadamente a respeito da mudança. Nastás sustenta que não havia necessidade de conversar com os jogadores antes de trocar o técnico e diz que não esperava restrições ao nome de Oncins:

– Pensei em mexer na equipe para dar uma motivação. Não existe a obrigação de se conversar com os atletas para ver o que o jogador quer. Sei que o tênis é diferente de um futebol, por exemplo, mas só sentaríamos para conversar se fosse um técnico do Exterior. Sei que o Jaime tinha a simpatia dos jogadores e muita vontade de ser capitão.

Destaque nos jogos de duplas dos confrontos do Brasil na Davis, em que atuou por 11 anos, Oncins disse que quer conversar com todos durante esta semana, pois está preocupado com os fatores extra-campo. Nastás admite a possibilidade de um boicote por parte dos jogadores, mas acredita que tudo não passa de uma tempestade que vai passar.

– Se o boicote acontecer, os maiores prejudicados são os jogadores, a imagem deles. Os jogadores vão ter a consciência de que têm que deixar essas coisas de lado e defender o Brasil – acredita o dirigente.

Sobre uma possível renúncia da presidência da CBT, Nastás é enfático em afirmar que ficará até o fim de seu mandato, em dezembro, mas ainda não sabe se vai concorrer à reeleição.