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Brizola dá ultimato a Miro e costura aliança com PFL

O presidente do PDT, Leonel Brizola, deu um ultimato nesta quarta, dia 7, para que o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, deixe o partido. Ao mesmo tempo, a legenda se aproxima do PFL para realizar alianças nas eleições municipais.

– A reinserção dele (Miro) vai ser dificultosa e ele tem dito à imprensa que já está cogitando outro partido. Tudo que ele fez demonstrou o pouco apreço que tem pelo PDT – disse Brizola.

E ainda cutucou:

– O funcionalismo sempre o elegeu e reelegeu e mesmo assim ele ficou num governo que massacrou o funcionalismo – referindo-se à reforma da Previdência.

Brizola afirmou ainda que tem pena do ministro porque ele teria sido usado pelo PT e deixou-se encantar pelo poder. O PDT, que apoiou a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e esteve ao lado do governo durante a maior parte de 2003, anunciou o rompimento em dezembro e deu prazo até 31 de janeiro para que os integrantes do partido se desincompatibilizem de seus cargos.

O partido de Brizola tem outros três representantes no governo, entre eles o presidente dos Correios, Airton Dipp. Segundo o político gaúcho, ele já informou ao partido que vai deixar o cargo, após realizar um balanço da sua gestão na instituição.

As declarações de Brizola foram dadas após reunião com o presidente do PFL, o senador Jorge Bornhausen (SC), realizada na casa do pedetista, na Avenida Atlântica, em Copacabana.  O encontro de duas horas deu o empurrão para que os diretórios regionais dos dois partidos comecem a costurar as alianças para as eleições de outubro deste ano. Mas as peculiaridades regionais serão respeitadas.

– As alianças estão abertas. Estamos recomendando aos nossos companheiros em toda a parte que abram espaço para conversar com o PFL – disse Brizola, ressaltando que as conversas devem se distanciar "da questão ideológica''.

Enquanto o PFL é liberal, o PDT tem tendência socialista, mas ambos fazem oposição ao governo Lula. Para Bornhausen, o que pode unir o PDT e o PFL é o combate ao desemprego.

– Temos posições diferentes, programas diferentes, mas temos presente sempre o Brasil. O que une PFL e PDT é o desejo de o Brasil gerar empregos, educação. Isto é tradição do PDT e do PFL – disse Bornhausen.

Brizola admitiu que o partido pode apoiar a reeleição do prefeito Cesar Maia, que é do PFL, mas já foi do PDT. O PDT poderia ter a vice-prefeitura. As duas legendas devem estabelecer ainda alianças pelo menos em São Paulo, Curitiba e Florianópolis para aumentar o tempo no rádio e TV.

As informações são da agência Reuters.


 

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