| 24/10/2003 11h02min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta sexta, dia 24, maior participação dos líderes mundiais no combate à fome e à pobreza. Em discurso durante visita ao parlamento do Principado de Astúrias, no norte da Espanha, ele declarou que “famintos” são hoje um problema social, mas que a fome deve se transformar em uma questão política.
– Apenas quando a fome se transforma em um problema político nós prestamos atenção – ressaltou.
Lula discursou para deputados e senadores do norte da Espanha e disse que chegou a pensar, no início de sua luta sindical, que a fome era uma espécie de “castigo” bem aplicado para povos que não se empenhavam em lutar para sobreviver. Ele garantiu que agora esse conceito se inverteu completamente.
– Depois descobri que a fome não leva nenhum povo à revolução, mas à submissão – enfatizou.
O presidente admitiu que a luta contra a fome não é fácil, especialmente no Brasil. Mas disse que assumiu essa responsabilidade e, por isso, o prêmio Príncipe de Astúrias que vai receber na noite desta sexta pertence a todos os brasileiros que o elegeram presidente.
– Pensei: o que fazer com um prêmio desses? Depositar na minha conta e no dia seguinte ninguém mais lembrar do premiado? Por isso tomei a decisão de doá-lo e entreguei ao secretário-geral da ONU o cheque – disse o presidente, reiterando que o seu gesto deve ser seguido por outros governantes.
– Eles assumem compromissos com as metas do milênio e depois não sabem mais de nada – criticou.
O prêmio, no valor de US$ 55 mil, foi doado por Lula em setembro deste ano durante visita à Assembléia Geral das Nações Unidas.
Na avaliação do presidente brasileiro, o século XXI deve ser dedicado ao combate das desigualdades sociais.
– É um desafio humanista, cristão, que todos devemos assumir. No Brasil fazemos isso – afirmou.
Lula recebeu de presente da presidente do Parlamento de Astúrias, María Jesús Alvarez González, um crucifixo com o símbolo do prêmio espanhol. A visita do presidente brasileiro ao parlamento foi um pedido pessoal do príncipe de Astúrias, Felipe de Borbón, que atrasou a foto oficial com os outros chefes de Estado em uma hora para que o presidente brasileiro pudesse visitar os parlamentares.
As informações são da Agência Brasil.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.