O texto da reforma tributária, aprovado em segundo turno na madrugada desta quinta, dia 25, na Câmara, já está no Senado, onde deverá sofrer várias alterações. O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), entregou o texto nas mãos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), nesta manhã e elogiou o desempenho dos deputados que conseguiram aprovar duas reformas em oito meses de trabalho.

– Espero que o que a Câmara produziu sirva de pontapé inicial para o Senado, acho que a Câmara e a sociedade saíram fortalecidos, porque houve muita discussão sobre o tema – disse João Paulo ao chegar ao Congresso.

O governo deverá enfrentar batalhas mais longas e cansativas para aprovar as duas reformas – tributária e previdenciária – que estão tramitando no Senado ao mesmo tempo, a partir desta semana. A longa sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que começou na manhã da quarta, dia 24, e levou mais de 19 horas para aprovar o texto básico da reforma da Previdência, é a primeira prova disso. Durante toda a sessão a oposição fez várias manobras regimentais para alongar a discussão e provou que está mais do que disposta a atrapalhar a intenção do governo de aprovar a reforma ainda este ano.

De qualquer forma, o presidente do Senado acredita que a reforma tributária causará ainda mais impacto entre os senadores, que, segundo ele, representam mais fielmente os interesses dos Estados. Dos 81 parlamentares da Casa, 22 são ex-governadores.

A matéria tributária agora segue para a CCJ do Senado, depois vai a plenário e volta à CCJ, caso sofra modificações. Depois de aprovada pela segunda vez na comissão, a reforma volta à Câmara, que deve aprovar as mudanças feitas pelos senadores.

As informações são da agência Reuters.