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Diante da disposição dos senadores oposicionistas de atrasar a votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, as lideranças dos partidos que apóiam o governo já trabalham com a aprovação da reforma na comissão somente na próxima terça, dia 30. Pelos cálculos do governo, será possível aprovar antes o texto básico da reforma deixando os destaques para serem votados nesta quinta e na terça.
Durante toda esta quarta, dia 24, os líderes dos partidos no Senado tentaram chegar a um acordo para dar mais rapidez à votação do relatório do senador Tião Viana (PT-AC) sobre a reforma da Previdência, mas não fecharam a questão.
O líder do PFL, José Agripino (RN), disse que o governo apenas sinalizou fechar compromissos para alterar três pontos já na CCJ: o subteto do funcionalismo dos Estados, uma nova faixa de isenção para inativos e pensionistas com mais de 70 anos e doenças graves e o controle social da Previdência. Se o governo concordar em fechar um compromisso para ceder nestes pontos, Agripino diz que o PFL aceita dar mais rapidez para a votação com o agrupamento de temas de emendas e destaques.
O líder do governo, Aloízio Mercadante (PT-SP), no entanto, alertou para o fato de que nenhuma mudança importante será feita na CCJ sem o aval dos governadores dos Estados e dos cálculos atuariais do Ministério da Previdência.
– Não vou fechar um acordo para dormir mais cedo sem consultar os governadores e o governo – disse.
Mercadante lembrou que a estratégia protelatória da oposição é permitida pelo regimento do Senado, mas não levará a nada porque o governo tem votos suficientes para conseguir aprovar o relatório de Viana seja qual for a hora da votação.
Com estratégia acertada antecipadamente, os partidos de oposição no Senado – PFL, PSDB e PDT – lançaram mão de todas as possibilidades para atrasar a votação. A oposição conta com uma derrota, por possuir apenas nove dos 23 votos na CCJ, mas trabalha para estender a reunião. Dentro desta estratégia, o senador Almeida Lima (PFL-SE) se inscreveu para ler seu voto em separado, que tem 456 páginas, e explicou a razão: "esse é um voto substancioso para tratar de forma sistemática esse tema tão polêmico que precisa ser dissecado".
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