O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, partiu nesta segunda, dia 8, para a Índia, um dos principais clientes do país em tecnologia e equipamentos militares, para uma visita que ressaltará a luta comum contra a militância islâmica. A viagem de quatro dias de Sharon a Nova Délhi e Bombaim é a visita de mais alto nível de um israelense à Índia desde que os dois países estabeleceram laços diplomáticos, há 11 anos. O premiê vai se encontrar com o primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, e outras autoridades de primeiro escalão.

O porta-voz de Sharon, Raanan Gissin, lembrou que a viagem coincide com o segundo aniversário dos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos.

– Nossos contatos com a Índia são definitivamente uma relação estratégica triangular, de acordo com a posição dos Estados Unidos no mundo do terror – disse.

Assim como Israel, a Índia considera-se vulnerável a hostilidades de vizinhos muçulmanos e militantes islâmicos. O país investe cerca de US$ 2 bilhões por ano em compras de munição e tecnologia militar de Israel.
 
A visita também deverá tratar de acordos de defesa, incluindo a venda de um sistema de radares israelense no valor de mais de US$ 1 bilhão. Nova Délhi quer os três radares Phalcon para vigiar o Paquistão, seu rival nuclear.

A Índia também quer comprar o sistema antibalístico Arrow, de Israel, no valor de US$ 2,5 bilhões. O negócio ainda não foi aprovado pelos EUA.
O comércio não-militar entre Israel e a Índia disparou para US$ 1,6 bilhão por ano. Em 1992, eram US$ 200 milhões.
 
Sharon parte no momento em que o mapa da paz, proposto pelos Estados Unidos para o Oriente Médio, continua degringolando, com Israel atacando líderes militantes e os palestinos envolvidos em uma luta de poder. O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, pediu recentemente um debate sobre o estabelecimento de relações entre seu país muçulmano com o Estado judeu, em atitude que, segundo analistas, tem como objetivo esfriar os crescentes acordos entre Israel e a Índia.

As informações são da agência Reuters.