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Um grupo iraquiano até agora desconhecido assumiu a autoria do atentado desta semana contra a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bagdá, disse nesta quinta, dia 21, a emissora de TV Al Arabiya, de Dubai.
O canal disse ter recebido uma nota em nome das auto-intituladas Vanguardas Armadas do Segundo Exército de Maomé, no qual o grupo dizia ser o responsável pela explosão e prometia "travar uma guerra contra todos os estrangeiros e cometer atos similares". A Al Arabiya exibiu o comunicado na tela, em árabe.
– Ele alertava os países árabes contra o envio de forças armadas ao Iraque e pedia a continuação do que chamou de atos da jihad [guerra santa] contra todos aqueles que ajudem os norte-americanos, mesmo se eles forem árabes ou muçulmanos – disse a emissora.
Vários grupos desconhecidos enviaram mensagens por escrito ou gravadas para emissoras árabes reivindicando a autoria dos ataques quase diários às tropas dos EUA no Iraque. Na maioria das vezes, esses grupos não apareceram mais posteriormente.
Mas a Al Arabiya, que transmitiu a maior parte dessas mensagens, já havia apresentado em 9 de agosto uma fita de vídeo de um grupo iraquiano que também se intitulava Exército de Maomé. Não se sabe se há alguma ligação entre os dois grupos.
No vídeo, homens mascarados diziam pertencer "às organizações Bandeiras Brancas, Juventude Muçulmana e Exército de Maomé", e propunham ações de guerrilha contra a ocupação estrangeira.
Desde 1º de maio, quando Washington declarou o fim da fase de combates no Iraque, 63 militares norte-americanos já foram mortos por ações de guerrilha. O último incidente desses aconteceu na última quarta, dia 20, quando um soldado morreu e dois ficaram feridos em uma explosão em Bagdá.
Na terça, dia 19, um caminhão-bomba atingiu a sede da ONU na capital iraquiana, matando pelo menos 24 pessoas, inclusive o diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, o chefe da missão no país.
Entre as forças que se opõem à ocupação estão presumivelmente simpatizantes do ex-ditador Saddam Hussein, mas também podem existir pessoas agindo por conta própria, tentando se vingar das ações militares dos EUA, especialmente nas áreas de população sunita.
Essa população revoltada poderia, segundo analistas, ter se unido a fundamentalistas sunitas até então desorganizados. Alguns acham que os grupos islâmicos podem estar dando apoio à vinda de militantes estrangeiros interessados em travar a jihad contra os EUA. É possível que eles se inspirem em Osama bin Laden, mas especialistas dizem que esses militantes agem de forma bastante independente.
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