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Um importante assessor do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, admitiu nesta terça, dia 5, ter criticado um cientista cujo suicídio em meio à polêmica envolvendo a guerra no Iraque detonou a pior crise enfrentada pelo atual governo da Grã-Bretanha. O porta-voz de Blair, Tom Kelly, reconheceu ter comparado o cientista com o personagem de ficção Walter Mitty, que sofre de ilusões de grandeza e inventa histórias.
A confissão, feita um dia depois de o gabinete do premiê ter negado que o comentário tivesse partido de um membro seu, aumentou a crise envolvendo o governo britânico e minou ainda mais sua credibilidade junto à opinião pública. Tom Kelly afirmou que o comentário havia sido feito em uma ''conversa privada'' com um repórter e não tinha por objetivo minar a credibilidade do cientista David Kelly, que deve ser enterrado na quarta-feira.
– Reconheço que mesmo nessa forma restrita de comunicação o comentário foi um erro, em vista da situação atual – disse o porta-voz, que não é parente do cientista. – Em vista disso, desculpo-me com a viúva do doutor Kelly e com a família dele por ter ferido seu luto.
David Kelly cortou o pulso depois de ter sido identificado como a fonte de uma reportagem da BBC na qual o governo era acusado de haver exagerado a capacidade bélica do Iraque para justificar a guerra contra o país árabe. O fato de os EUA e a Grã-Bretanha não terem encontrado armas de destruição em massa no Iraque derrubou a popularidade do governo britânico. A suposta presença das armas no território iraquiano era a principal justificativa para a ação militar.
As informações são da agência Reuters.
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