| 15/07/2003 16h12min
O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, afirmou nesta terça, dia 15, que existe uma "perspectiva otimista para a política monetária" brasileira, ressaltando, porém, que o governo trabalha com uma meta de inflação e não de juros.
– Nós temos uma perspectiva da queda de juros. Se tudo continuar dando certo na questão macroeconômica, não tem porque esperar juros maiores, a expectativa é de juros menores – disse Palocci em rápida conversa com jornalistas antes de almoço com empresários em Madri, onde acompanha visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro ressaltou que fez apenas previsão e que isso não é uma meta. Segundo Palocci só é possivel trabalhar com um parâmetro, e o governo trabalha com meta de inflação e não de juros.
No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros em meio ponto, para 26% no primeiro corte em um ano. Desde então membros do governo têm sugerido que começou um ciclo de cortes, o que poderá ser checado na próxima semana, quando o comitê se reúne novamente.
Perguntado sobre os efeitos da queda no dólar sobre o desempenho do comercial brasileiro, Palocci afirmou que as exportações não podem depender exclusivamente do câmbio.
– Senão, você se força a um câmbio alto e câmbio alto significa inflação.
O ministro não considerou excessivamente otimista previsão do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro Neto (PMDB-PE), de um crescimento de 4% da economia brasileira em 2004, feita durante exposição no encontro empresarial organizado pela Confederação Espanhola de Organizações Empresariais.
Palocci lembrou que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, embutida na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), é de 3,5%. E brincou dizendo que não vai "brigar com os otimistas".
Em seu discurso no almoço com os empresários, Palocci defendeu a atual política econômica, dizendo que ela teve como primeiro objetivo a "resolução definitiva dos graves problemas fiscais que caracterizaram nossa história econômica". E ainda aproveitou para criticar o governo anterior.
– Caso o governo brasileiro tivesse realizado um superávit primário de 3,5% do PIB ao ano durante os últimos oito anos, a relação dívida/PIB hoje seria a metade da observada, mantidas as demais condições – disse. A dívida líquida do setor público alcançava em maio 53,6% do PIB.
O ministro usou o discurso também para defender as reformas enviadas pelo governo ao Congresso e para dizer que crise "foi debelada".
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