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A política monetária apertada manteve o mercado otimista em relação às perspectivas inflacionárias, mas também reduziu as estimativas de investidores e analistas em relação ao crescimento econômico para este ano, já que os altos juros restringem também a atividade. Uma pesquisa do Banco Central (BC) divulgada nesta segunda, dia 7, mostrou que a mediana das projeções de cerca de cem instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano caiu pela quinta semana consecutiva, de 11,35% para 11,02%.
– O mercado está sentindo uma demanda muito recessiva, indicando que há espaço para queda da inflação, já que a população perdeu poder aquisitivo – afirmou Miriam Tavares, diretora do departamento de câmbio da AGK Corretora.
As expectativas do mercado para a inflação são um dos pontos que o BC leva em conta quando se reúne para decidir sobre a taxa de juros. Após reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual – para 26% – no mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se em 22 e 23 de julho e muitos analistas acreditam que haverá um novo corte. Ainda assim, o mercado continuou reduzindo seu prognóstico para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2003, de 1,75 para 1,7%, em razão dos juros altos praticados em todo o primeiro semestre.
– Não tem como (crescer) com os juros altos. Na medida em que for se confirmando a queda dos juros sem aumento de inflação, a expectativa do PIB (deste ano) pode subir um pouquinho – acrescentou Tavares.
A previsão do mercado está em linha com a do Banco Central, de um crescimento do PIB na faixa de 1,5% a 1,8%, divulgada no último relatório trimestral de inflação na semana passada. Para a inflação deste ano, o BC vê uma taxa de 10,2%, acima da meta do ano de 8,5%. Em 2004, as instituições vêem um crescimento melhor, de 3%, estimativa estável há 28 semanas.
Os prognósticos do mercado para a inflação em 2004 ficaram estáveis em relação à semana passada, em 7%, mas para junho e julho deste ano continuaram em queda. O BC é mais otimista em relação ao próximo ano e estima uma inflação de 4,2%, abaixo da meta de 5,5%.
Para junho, as estimativas declinaram de 0,17% para 0,07%, a sexta semana seguida de baixa. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulga os dados na próxima quarta, dia 9. Em julho, as instituições esperam uma taxa de 1,01%, abaixo da expectativa da semana passada de 1,1%.
– Na sexta-feira tivemos mais uma liminar contra o aumento de telefonia. Se não houver um aumento tão expressivo dos preços administrados como se esperava, os preços vão cair – disse Tavares.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) autorizou no mês passado um reajuste médio de 28,75% para a telefonia fixa, mas o juiz Edson Moreira Grillo Júnior acatou pedido de liminar em ação popular da Central dos Movimentos Populares de Minas Gerais. A ação foi impetrada contra a Anatel e as operadoras de telefonia fixa.
Para a inflação dos próximos 12 meses, as estimativas foram reduzidas de 6,98% para 6,75%.
As informações são da agência Reuters.
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