| 25/06/2003 18h31min
Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicar nesta quarta, dia 25, que o discurso proferido na última terça, dia 24, na Confederação Nacional da Indútria (CNI), foi mal-interpretado pelos congressistas, os líderes dos partidos de oposição no Senado protestaram na tribuna contra as declarações do presidente. Durante a convocação extraordinária do Congresso Nacional para o mês de julho, Lula disse que não quis ofender os poderes Legislativo e Judiciário. Para esclarecer a questão, ele releu o trecho polêmico, que foi interpretado como sendo um recado sobre a aprovação das reformas.
Em seu pronuciamento no Senado, mesmo depois da retratação presidencial, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), afirmou que ao mesmo tempo em que "louvo o recuo, a 'recueta' e a autocrítica, o presidente erra ao comentar o retorno à luta de classe, quando tenta lançar a opinião pública contra o Congresso e contra o Judiciário. (...) Ele deve aprender que ninguém se arrepende do que não fala".
O líder da Minoria, Efrain Morais (PFL-PB), também considerou ofensivas as declarações do presidente e afirmou que elas acabaram sendo "uma espécie de confirmação reveladora do que vai no seu íntimo".
Já o líder do PDT, Jefferson Perez, manifestou sua preocupação quanto ao autoritarismo embutido nas declarações de Lula.
– Receio que o presidente amanhã não dê um golpe de Estado, mas apele para a população jogando-a contra o Congresso, ao dizer que não pode salvar o país por culpa do Congresso numa atitude à la Hugo Chávez com salvacionismo. Se não mudar essa postura, ele vai criar mais cedo do que pensa uma crise institucional – disse Perez.
O líder do PFL, senador Agripino Maia (RN), avaliou que o presidente "entrou em rota de colisão com o Judiciário e com o Congresso Nacional, embora desminta hoje ao dizer que não teve intenção de desrespeitar os poderes".
As informações são da Agência Brasil.
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