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 | 24/06/2003 10h30min

José Genoino diz que não vai responder às críticas de João Fontes

Presidente do PT reitera que partido não abre mão da fidelidade

O presidente nacional do PT, José Genoino, afirmou na manhã desta terça, dia 24, que não responderá às críticas feitas nesta segunda, 23, pelo deputado federal João Fontes (PT-SE), ameaçado de ser expulso do partido. Fontes acusou Genoino de não tê-lo avisado sobre a reunião da sigla, ocorrida nesta segunda, e se referiu ao presidente petista como "inquisidor-mor".

– Não vou responder a essas provocações, porque na minha vida política aprendi a não fazer ataques pessoais nem aos piores adversários – disse o presidente do PT em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha. – Não vou bater boca com quem entrou recentemente no PT.

De acordo com Genoino, não há pedido formal de retirada de nenhum parlamentar do Partido dos Trabalhadores e, sim, um apelo para que tanto Fontes quanto João Batista Araújo, o Babá, Heloísa Helena e Luciana Genro assumam o compromisso de seguir o voto do governo na Câmara dos Deputados e no Senado em relação às propostas de reforma tributária e da Previdência. O presidente do PT também ressaltou que não houve processo de aceleração para punir Fontes. Segundo ele, a questão será apreciada pelo Diretório Nacional do partido no momento certo, sem pressa.

– O debate no PT é um direito sagrado, mas o partido sempre defendeu a disciplina e a unidade de ação. Como esses parlamentares foram eleitos pelo PT, eles precisam ter fidelidade partidária – justificou Genoino. – O país fica o ano inteiro dizendo que não há partido no Brasil, que não há disciplina. Quando o PT cobra isso, é acusado de autoritarismo. Esses parlamentares é que são intolerantes, uma vez que sua vontade pessoal é colocada acima da vontade do partido.

José Genoino também defendeu a inclusão do poder Judiciário na reforma da Previdência. Para ele, não é bom para a democracia que o poder tenha um tratamento especial e privilegiado. De acordo com o presidente do PT, o governo tem sido respeitoso com o Judiciário ao fixar o teto máximo de aposentadoria em R$ 17 mil, uma vez que o presidente da República ganha R$ 8,5 mil:

– É inaceitável que o Judiciário fique de fora da reforma da Previdência. Sempre defendi uma reforma contra essa visão de intocável e pouco transparente que tem o Judiciário brasileiro. Além disso, não é justo que pessoas que tenham melhores condições de trabalho se aposentem antes do que os trabalhadores comuns.

 

 

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