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O vice-presidente José Alencar e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, saíram da reunião que tiveram nesta sexta, dia 6, trocando elogios e aparentando entrosamento. A audiência, que durou uma hora e meia, foi solicitada pelo ministro e imaginava-se que o assunto seria a taxa de juros – defendida por Palocci e criticada por Alencar. No entanto, o ministro garantiu que a conversa foi sobre "as necessidades de desenvolvimento do país". Diante de jornalistas, os dois afinaram o discurso.
– Nós estamos rigorosamente afinados, no mesmo barco. Assino qualquer medida posta pelo ministro Palocci, que é um craque, um homem de bem. Não tenho dúvida de que o Brasil está muito bem entregue – disse Alencar.
Palloci também foi diplomático e disse que a conversa foi agradável.
– Foi um prazer enorme ter tido a oportunidade de me encontrar com o vice. Tivemos extensa e agradabilíssima conversa sobre as necessidades de desenvolvimento do Brasil. Vocês sabem o quanto admiro o vice-presidente José Alencar, o quanto ele tem sido importante para o nosso governo, o nosso conhecimento e para somar esforços no grande desafio do crescimento econômico que o Brasil tem neste momento – afirmou o ministro.
Palocci afirmou também que não considera como críticas as ponderações do vice-presidente sobre o patamar das taxas de juros pagas pelo governo. Segundo ele, as palavras de Alencar são "contribuições para o debate que é necessário para o Brasil".
Depois, ao deixar a vice-presidência sozinho, Alencar disse que estava sendo mal interpretado pelos jornalistas em suas declarações, repetiu críticas à condução da política econômica e reafirmou que a decisão sobre os juros deveria ser política.
– Eu sempre falei e continuo dizendo que temos que criar um clima que leve os brasileiros a despertar em relação aos custos de capital no Brasil, porque esses custos estrangulam a capacidade de desenvolvimento – afirmou o vice.
– O que eu sempre falei foi isso. Mas o que eu falei também é que a decisão tem que ser política.
Alencar afirmou por diversas vezes que em suas declarações anteriores não criticou especificamente as decisões do Copom, que manteve a taxa de juros em 26,5%.
– Vocês nunca me ouviram falar especificamente sobre as decisões do Copom. Eu falo apenas sobre aspectos filosóficos. Acho que o Brasil tem que voltar a crescer.
O vice comparou o Copom a um setor técnico de uma empresa, como a contabilidade, onde se tomam decisões técnicas, mas quem comanda o conjunto é o presidente da empresa.
– O presidente é quem decide. O Copom é a mesma coisa – disse ele, que provocou polêmica ao afirmar na segunda, dia 2, enquanto ocupava interinamente a Presidência da República, que o conselho do Banco Central que regulamenta a taxa de juros da economia brasileira deveria adotar critérios políticos e não técnicos para tomar decisões.
Ao lado do ministro, Alencar mostrou afinação com a equipe econômica.
– Com a ameaça de alta na rota da inflação, o governo teve que adotar uma política austera.'
Ele lembrou que no final do governo anterior o Brasil havia perdido linhas de crédito e que elas foram recuperadas graças às viagens ao exterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o trabalho do governo. Com informações da Globo News, Agência Brasil e agência Reuters.
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