| 13/05/2003 16h45min
Apesar da prorrogação da novela do governo com o PMDB, os resultados do almoço realizado nesta terça, dia 13, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os peemedebistas apresentou resultados positivos. A executiva do partido deverá se reunir para decidir o apoio político ao governo no próximos dias conforme anúncio feito pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Mesmo com o adiamento do acerto, as declarações do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) refletem avanço das negociações entre as partes envolvidas. Após o encontro, ele garantiu que os membros da legenda irão apoiar as reformas da Previdência e tributária. Até um opositor declarado, como o senador Eunicio de Oliveira (CE), pronunciou-se indicando a aproximação.
– Nós vamos ajudar o presidente a governar o Brasil – afirmou ele, mostrando a intenção da maioria dos representantes da legenda.
Antes mesmo da reunião, o anfitrião Sarney já previa que durante o almoço o acordo não seria confirmado. Segundo ele, o presidente, que se surpreendeu com o número de peemedebistas presentes, mostrou o apreço que tem pelo PMDB ao comparecer à reunião. De acordo com o líder do partido no Congresso, Renan Calheiros (AL), a tentativa de articulação do Executivo poderá resultar no apoio de parte do partido.
No entanto, parece que essa opinião ainda não é unanimidade. Ao sair do encontro, o deputado gaúcho Darcísio Perondi acusou a ala das regiões Norte e Nordeste de estar tentando "vender" a legenda ao governo. Segundo ele, ao contrário do que Calheiros tem afirmado, a maioria da bancada é contra a participação no governo. Ele disse existir uma pesquisa feita pela Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao partido, que mostraria que 60% da bancada no Congresso seria favorável à independência, e 35%, a favor de uma aliança com o governo.
Mesmo assim, os primeiros passos para a consolidação do acerto já foram dados na semana passada com a indicação do senador Amir Lando (PMDB-RO) como líder do governo no Congresso. Após o almoço, Lando, que foi confirmado na liderança, reiterou que o partido se guia pela maioria, fazendo referência ao pronuciamento contrário do parlamentar Geddel Vieira Lima (BA).
A resistência à coligação, demonstrada pelo presidente da sigla, Michel Temer, não deverá modificar a tendência de proximidade que se vislumbrou durante o almoço da cúpula do PMDB em Brasília.
As informações são da Agência Brasil e da Globo News.
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