Lideranças catarinenses estão pessimistas em relação a posição do ministro dos Transportes, Anderson Adauto, que mais uma vez adiou seu parecer sobre a duplicação do trecho sul da BR-101.

A assessoria de comunicação do Ministério informou que o Adauto teve uma agenda lotada nesta segunda, dia 31, e por isso adiou sua declaração.

Tanto suspense deixou o coordenador da Frente Parlamentar em defesa da duplicação da BR-101, deputado Jorge Boeira (PT), angustiado.

– Não vejo nenhum entrave jurídico ou técnico para travar a licitação, acho que esta situação está nebulosa demais e estou apreensivo – comentou.

Para ele, o processo não pode mais se arrastar, enquanto o número de acidentes com vítimas aumenta, junto com revolta da população que cobra uma medida urgente há vários anos.

Outro líder do movimento pró-duplicação, presidente da Câmara de Vereadores de Tubarão, Ronério Cardoso Manoel, não entendeu a atitude do ministro.

– Uma pessoa que pede 90 dias de prazo para tomar uma decisão não tem por que justificar o adiamento de um parecer de um dia para o outro. Será que neste meio tempo ele vai tirar a dúvidas que lhe faltam? – questionou.

O diretor executivo da Federação das Empresas de Transportes de Santa Catarina (Fetransesc) acha que este adiamento é uma forma que o ministro encontrou de administrar sua decisão.

– Se as notícias fossem boas elas já teriam sido divulgadas – comentou Lopes.

Para ele, Adauto está sofrendo uma forte pressão dos parlamentares catarinenses e talvez seja este o motivo pelo qual o ministro não vai conceder entrevistas, mas apenas divulgar nota sobre o assunto.

O deputado estadual Manoel Motta, que esperava uma sinalização positiva ainda nesta segunda, garantiu que se acontecer o contrário, ele mesmo vai encabeçar a campanha mais radical de todas que já liderou.

PATRICIA RODRIGUES / DIÁRIO CATARINENSE