Conforme já havia anunciado, o presidente do Inter, Fernando Carvalho, divulgou nota oficial na tarde desta sexta, dia 7, repudiando as “manifestações públicas por parte do Grêmio” que sugeriam a existência de uma armação para prejudicar o time no Campeonato Gaúcho. No texto, Carvalho indica que a absolvição do goleiro Danrlei – que estava suspenso por 60 dias, mas foi liberado e deve disputar o Gre-Nal do próximo domingo – é conseqüência da pressão exercida pela equipe tricolor, e destaca a situação envolvendo Tinga.

Assim como Rodrigo Fabri e Claudiomiro, o volante, um dos principais jogadores gremistas, foi expulso na última partida do time – frente ao Juventude, no Alfredo Jaconi –, e deveria cumprir suspensão automática no Gre-Nal. No entanto, o grande espaço entre as duas partidas possibilitou que o julgamento dos atletas ocorresse nesta sexta, dois dias antes do principal clássico gaúcho. A tendência era pela reversão da pena de Tinga em multa.

Na nota, a direção colorada evoca uma determinação da Fifa, divulgada através da circular nº 821, sobre a obrigatoriedade de um atleta cumprir suspensão automática em caso de expulsão.

– É um imperativo que não pode ser afastado ou mitigado, ainda que o atleta infrator obtenha sua absolvição ou seja condenado apenas ao pagamento de multa, antes da partida na qual deveria cumprir a suspensão. Tal determinação da Fifa foi devidamente comunicada à Federação Gaúcha de Futebol, através do ofício nº 24/2002, datado de 09.10.2002, e firmado pelo Dr. Carlos Eugênio Lopes, Diretor do Departamento Jurídico da CBF – destaca a nota.

O caso de Tinga é ainda ampliado, e a análise feita destaca que “de três situações possíveis de suspensão automática (três cartões amarelos, expulsão direta, e expulsão indireta resultante de dois amarelos na mesma partida) o atleta Tinga preencheu duas, não sendo corretas as inúmeras manifestações no sentido de que sua eventual absolvição, ou mesmo uma condenação apenas ao pagamento de multa, acarretaria sua liberação para atuar no Gre-Nal”.

– Tal atleta, no momento em que recebeu o primeiro cartão amarelo no jogo em que acabou sendo expulso, já teve configurada a necessidade de cumprimento da suspensão automática, pois era o terceiro cartão que recebia no curso da competição. Não fosse o atleta expulso, por recebimento de novo cartão amarelo no mesmo jogo, ninguém estaria a cogitar do não cumprimento de sua suspensão automática. É justamente esta situação, em que o atleta mais infrator acabaria sendo beneficiado com a isenção da suspensão automática, que é evitada na regra estabelecida pela Fifa.

Nesta sexta, no Rio de Janeiro, Marcelinho Carioca, do Vasco, Fernando e Jorginho, do Flamengo, conseguiram ser absolvidos a tempo de disputar a partida seguinte à expulsão. Mesmo assim, os clubes anunciaram que não colocarão os jogadores em campo para evitar que Americano e Fluminense, próximos adversários de Vasco e Flamengo, respectivamente, entrem com algum recurso na Justiça.

Baseado também nesse novo fato, o Inter se arma para recorrer caso se sinta prejudicado:

– O cumprimento da suspensão automática é uma regra do jogo, e não uma pena atrelada às decisões de nossos Tribunais. Estejam certos, colorados, de que nenhum direito do Sport Club Internacional será impunemente subtraído – finaliza a nota.