Bustos não sorri mais. Fora dos planos de Tite, o lateral-direito colombiano perdeu a antiga alegria que exibia no Beira-Rio. Nos coletivos, espera a vez até mesmo do time reserva.

Desde a derrota do Inter para o Vitória no primeiro turno, há 90 dias, sequer concentra com o grupo. No ostracismo, perdeu o lugar também na seleção nacional, onde era um dos principais jogadores. O técnico Jorge Luiz Pinto, demitido nesta semana, adotava como critério só chamar titulares em seus times.

Sem revelar o interlocutor, o colombiano conta que foi chamado no vestiário e avisado de que é a quinta alternativa para a posição. Está atrás de Ricardo Lopes e Ângelo. Quando esses dois estiverem impedidos de atuar, Tite improvisará o volante Rosinei ou o zagueiro Bolívar.

— Estou triste por não jogar. É como receber salário para ficar sentado. Se há treino coletivo, é certo que estarei fora até do time reserva, ainda que vá bem — desabafa o lateral.

O Inter investiu US$ 1 milhão (R$ 1,8 milhão) em janeiro para comprar Bustos ao Cucuta. Ele só foi titular na fase final do Gauchão, quando Monteiro sofreu fratura no tornozelo. Seu desempenho foi satisfatório.

Pelas boas atuações, Bustou jogou como titular da Colômbia nos amistosos contra França e Inglaterra. Ficou quase um mês com a seleção. Quando voltou, Tite havia assumido.

— Ele (Tite) me disse que tinha outras opções na minha frente, que eu estava fora quando chegou e por isso não pôde me ver — conta o jogador.

No Beira-Rio, ninguém admite o descarte do colombiano. O vice de futebol Giovanni Luigi lembra que ele segue no grupo principal. No início do mês, Bustos foi reintegrado depois de ficar um dia trabalhando em separado. Ele está fora da lista da Copa Sul-Americana. Segundo Luigi, sua utilização depende apenas do técnico, que acena com dias melhores.

— Bustos não está fora dos planos. É um especialista da função e, agora que voltamos ao 4-4-2, pode receber melhores chances — justifica Tite.