| 16/05/2008 21h52min
O documento final aprovado pela 3ª Cúpula dos Povos, que terminou nesta sexta-feira, em Lima, Peru, rejeita o projeto de acordos de associação comercial da União Européia (UE) com governos da América Latina e do Caribe.
— Esses acordos só buscam aprofundar e perpetuar o atual sistema de dominação que tanto dano tem causado aos nossos povos — registra o documento.
A conclusão a que se chegou na Cúpula dos Povos é que os acordos firmados entre a União Européia com o Chile e México aprofundaram as desigualdades nesses países.
Para os movimentos sociais que participaram da cúpula, os países latino-americanos e caribenhos que firmarem acordos semelhante seguirão os mesmos caminhos. Durante as discussões, também foi manifestada posição contrária às empresas multinacionais.
"A América Latina tem sido vítima secular do saque das transnacionais", afirma o texto.
No momento em que os governantes reunidos em
Lima falam sobre coesão social, mudanças climáticas e redução
da pobreza, avalia o texto, é conveniente recordar que a principal causa da desigualdade, da discriminação e da degradação ambiental é a primazia dos mercados sobre os direitos humanos.
A Cúpula dos Povos foi realizada em paralelo a 5ª Cúpula da América Latina, Caribe e União Européia, que reúne chefes de Estado das três regiões e que também terminou nesta sexta.
O documento foi elaborado após dias de discussão com a participação de representantes de organizações sociais de segmentos como trabalhadores, migrantes, indígenas, camponeses e jovens de países da América Latina, Caribe e UE.
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