| 16/05/2008 05h19min
A eliminação do Internacional da Copa do Brasil está sendo tratada com muita passionalidade por grupos de torcedores e também por determinados setores da mídia. No início da semana, era o melhor time do mundo. Agora é o pior. E não é nem uma coisa nem outra. Mas não há dúvida de que está entre os cinco melhores do país. E também não tenho dúvidas de que tem mais qualidade do que os quatro semifinalistas da Copa do Brasil, Vasco, Corinthians, Sport e Botafogo.
Então, por que não está lá?
Abel e os próprios jogadores já deram muitas explicações sobre a eliminação. Disseram que foi um momento extremamente negativo, o pior segundo tempo do time, "um jogo para esquecer", na visão do treinador. Por mais explicações que dêem, porém, continua parecendo inexplicável que um time experiente como o do Inter tenha levado o terceiro gol de uma equipe com 10 jogadores. Também não dá para entender a desatenção da defesa, que levou um gol de escanteio aos dois
minutos, quando todos deveriam
estar muito ligados naquele começo de partida.
Todos esses fatores ajudam a explicar a derrota. Mas não a justificam. Se realmente tem mais qualidade do que os demais, o Inter deveria ter aproveitado este diferencial.
A verdade é que mesmo tendo jogadores de reconhecida técnica, o time de Abel Braga é irregular, tem pouca velocidade e se deixa surpreender, especialmente quando joga no campo do adversário. Ainda assim, tem potencial para se recuperar no Brasileirão e para brigar pela parte de cima da tabela.
Foco
Ouvi ontem uma tese interessante: está faltando um pouco de amadorismo no profissionalismo atual. O autor da tese explicou-me que hoje os jogadores têm muitos atrativos fora do futebol, que os fazem desviar o foco da sua atividade. Pensando bem, tem sentido: antigamente a única maneira de se recuperar de uma derrota contundente era ganhar o jogo seguinte, ou o campeonato seguinte.
Série
Acompanhei a série de reportagens de
Jones Lopes da Silva sobre o outro lado dos treinadores de futebol. São depoimentos impressionantes e que desfazem aquele mito de que o treinador ganha muito dinheiro, sem fazer grande esforço. Não é bem assim. Muitos profissionais, mesmo os famosos, passam privações, sacrificam o convívio com a família e trabalham o tempo todo sob pressão.
Semifinalistas
O Botafogo tem sido um time de chegada, até os jogos finais. Falta-lhe grupo. O Corinthians cresceu muito nas últimas três semanas. Baseava-se só no sistema defensivo e agora tem força de ataque. O Sport é a grande surpresa. Nelsinho está conseguindo fazer seu time jogar bem fora de casa. E o Vasco talvez seja, tecnicamente, o mais fraco. Depende muito de Edmundo e Moraes.
Segunda chance
A convocação de Adriano é justa pelo que está fazendo no São Paulo. Apoiado por Muricy, ele ganhou a sua segunda chance e a está aproveitando bem. Com a
convocação, carimba o seu passaporte de retorno ao futebol
europeu.
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