| 13/05/2008 15h59min
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu demissão do cargo na tarde desta terça-feira. Ela entregou uma carta ao Presidente Lula oficializando a sua saída da pasta. Segundo a assessoria da ministra, o pedido é em caráter irrevogável. O Planalto ainda não confirmou o recebimento da solicitação da ministra.
Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da pasta, Marina está em casa e não pretende se pronunciar antes da resposta da Presidência da República. O senador Sibá Machado (PT-AC), suplente e amigo pessoal da ministra, disse que falou com a ministra por telefone e ela confirmou a informação. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) se disse surpresa com a informação.
A saída da ministra Marina Silva põe fim a um processo de desgaste da titular da pasta do Meio Ambiente que se acentuou no ano passado, quando o atraso na concessão de licenças ambientais pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi apresentado
como o grande vilão para o não
andamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas públicas à área sob o comando de Marina, quando a falta de licenças atrasou o processo de leilão das usinas do Rio Madeira.
Sob forte bombardeio desde então, a ministra mantinha suas convicções em eventos públicos. Ainda ontem, durante lançamento do Programa Brasileiro de Inventário Corporativo de Gases de Efeito Estufa, a ministra teve a coragem de criticar o investimentos em biocombustíveis.
— O Brasil não quer ser a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) dos biocombustíveis. (...) Queremos dar nossa contribuição em relação aos biocombustíveis, mas observando nossa capacidade de suporte. E de forma que não comprometa a segurança alimentar nem a questão ambiental — disse Marina à Agência Brasil.
— Nossa economia depende 50% da nossa biodiversidade. Quem destruiria sua galinha dos ovos de ouro? —
indagou.
Marina tem uma trajetória muito
parecida com a do presidente Lula. Nascida em 1958, na "colocação" (espaço explorado por uma família dentro do território do seringal) Breu Velho, no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre, trabalhou como empregada doméstica e alfabetizou-se pelo antigo Mobral. Após fazer o supletivo, aos 26 anos formou-se em História pela Universidade Federal do Acre.
Em 1985, ela filiou-se ao PT e passou a participar das Comunidades Eclesiais de Base, de movimentos de bairro e do movimento dos seringueiros. Em 1984, foi fundadora da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre, que teve Chico Mendes como seu primeiro coordenador, com Marina atuando como vice-coordenadora.
Nas eleições municipais de 88, foi a vereadora mais votada em Rio Branco e conquistou a única vaga de partidos de esquerda na Câmara Municipal. Em 1990, candidatou-se a deputada estadual e foi novamente a mais votada. Marina Silva foi eleita pela primeira vez para o Senado em 1994. Na
época, aos 36 anos, foi a
senadora mais jovem da história da República. Em 2002, foi reeleita com uma votação quase três vezes superior à anterior.
Biografia
Marina Silva filiou-se ao PT em 1985. Participou das Comunidades Eclesiais de Base, de movimentos de bairro e do movimento dos seringueiros. Em 1984 foi fundadora da CUT no Acre. Chico Mendes foi o primeiro coordenador da entidade e Marina, a vice-coordenadora.
Nas eleições municipais de 88 foi eleita vereadora por Rio Branco. Em 1990 foi eleita deputada estadual. Foi eleita pela primeira vez para o Senado em 1994, pelo PT do Acre. Em 2002 foi reeleita.
Foi designada Ministra de Estado do Meio Ambiente pelo Presidente Luís Inácio Lula da Silva e tomou posse em 1º de janeiro de 2003.
No Senado Federal, é vice-presidente da Comissão de Assuntos Sociais e membro titular da Comissão de Educação. Foi vice-presidente da Comissão Especial do Congresso de Combate à Pobreza, criada por
proposta de sua autoria. Foi líder da bancada do PT e Bloco de
Oposição no ano de 1999.
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