O chanceler da Áustria, Alfred Gusenbauer, afirmou neste domingo que seu governo respalda a política brasileira de fomento aos biocombustíveis e que empresários austríacos procuram investimentos em negócios de etanol e diesel vegetal.

— Algumas empresas nossas representam grandes investimentos em toda a América Latina, e o Brasil é um país que está no auge dos biocombustíveis — disse Gusenbauer pouco depois de sua chegada a São Paulo. — Em nossa comitiva de 60 pessoas, em sua maioria empresários, além dos interessados no etanol de cana-de-açúcar há interessados na segunda e terceira geração do biodiesel.

Ao falar sobre possíveis investimentos nesta área, o austríaco disse que chama a atenção o projeto brasileiro de produzir biodiesel com os resíduos de frituras.

O Brasil é o principal produtor, consumidor e exportador mundial de etanol de cana-de-açúcar e destilará este ano cerca de 26 bilhões de litros. O etanol superou a gasolina como principal combustível usado na frota de veículos leves do país, num momento em que o governo Lula pretende fomentar um mercado internacional para o combustível e o país atrai investimentos milionários para o setor.

O Brasil também é um dos principais produtores e consumidores mundiais de biodiesel, extraído de oleaginosas, principalmente de soja.

A visita oficial de Gusenbauer ao Brasil termina na terça-feira, quando partirá rumo à 5ª Cúpula da América Latina-Caribe-União Européia, que será realizado em Lima, Peru. A autoridade austríaca chegou acompanhada de um grupo de empresários dos setores financeiro, siderúrgico, turístico, de energia e logística de transporte.

O crescente dinamismo das relações entre os dois países se baseia em valores comuns de fortalecimento da democracia e o "multilateralismo", segundo o governo brasileiro. O chanceler austríaco e sua comitiva permanecerão em São Paulo entre os dias 11 e 12 de maio, para se reunir com representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Em Brasília, no dia 13, Gusenbauer terá um encontro de trabalho com Lula no Palácio do Planalto, seguido de um almoço no Palácio de Itamaraty. Os dois discutirão temas como biocombustíveis, Rodada de Doha, a reforma do Conselho de Segurança da ONU, cooperação em áreas sociais, turismo, comércio, investimentos, meio ambiente e mecanismos inovadores de financiamento.