A saúde falou mais alto que o sonho de disputar a quarta Olimpíada. Esta foi a justificativa de Ricardo D'Ângelo, treinador de Vanderlei Cordeiro de Lima, para desistência do maratonista. Por causa de uma contusão na coxa, o maratonista abriu mão de disputar a Maratona de Praga, no próximo domingo, perdendo assim a última chance de conquistar uma das três vagas brasileiras em Pequim.

– Ele até poderia correr em Praga, mas a gente avaliou que com esse problema ele teria uma performance abaixo do necessário, além de colocar em risco a sua integridade física. No exame, o médico fez alguns movimentos com a perna dele e o Vanderlei sentiu dores. De repente, ele não agüentaria nem terminar a prova e ficaria muito frustrado. Para não correr o risco de agravar a lesão, resolvemos desistir da prova – explicou D'Ângelo.

Vanderlei sofreu a lesão no músculo adutor da coxa esquerda há cerca de seis semanas e justamente por conta disto desistiu da Maratona de Turim, onde também tentaria se classificar para as Olimpíadas. De acordo com o técnico, a contusão de Vanderlei foi uma fatalidade e a recuperação não saiu como o esperado.

– Isso pode acontecer com todo atleta. É uma lesão que ocorre da sobrecarga de treinamento, da carga que foi proposta. Infelizmente, a lesão não evoluiu da maneira que a gente esperava. Ele está muito chateado e abatido, mas entende que há coisas contra a qual não se pode lutar. A única solução era se usássemos certos medicamentos que são proibidos, mas nós respeitamos a lista de substâncias não permitidas – comentou o treinador.

Fora da Olimpíada, Vanderlei pode correr o Mundial de Meia-Maratona, que será disputado no Rio de Janeiro no dia 12 de outubro. Meses depois, no final de dezembro, o atleta vai decidir se vai ou não encerrar a vitoriosa carreira, cujo ápice foi atingido há quatro anos, nos Jogos de Atenas. Após liderar boa parte da maratona, o brasileiro foi atrapalhado por um fanático religioso, mas conseguiu terminar a prova e faturar a medalha de bronze.