| 24/04/2008 18h28min
Representantes do setor privado disseram nesta quinta-feira, na saída de reunião com representantes do ministério da Agricultura, convocada para definir o rumo das exportações de arroz, que o governo descartou qualquer possibilidade de impor barreiras às vendas externas do grão.
Segundo eles, os representantes do ministério da Agricultura alegaram que houve um mal entendido quanto à notícia divulgada ontem, sobre um possível pedido do governo para que o setor privado não exportasse arroz.
O ministro Reinhold Stephanes não participou da reunião, mas, ao sair do ministério, confirmou que não foi pedido aos agricultores que não exportem.
— Nós vamos deixar o mercado fluir, desde que não haja risco de desabastecimento — afirmou.
Quanto às barreiras (possíveis taxações ao arroz exportado), que estariam sendo estudadas pelo governo, o ministro disse que só serão adotadas em casos extremos.
De acordo com o
representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA) na Câmara Setorial do Arroz, Francisco Schardong, as exportações brasileiras de arroz totalizaram 800 mil toneladas no ano passado.
— E a meta de exportação deste ano é a mesma — afirmou.
O presidente da Federação das Associações do Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha, disse que o Brasil só exporta arroz para ganhar novos mercados.
— Os produtores continuam querendo alcançar a meta de 800 mil (toneladas de arroz exportadas) — disse.
Leilão
O governo marcou para o próximo dia 5 de maio leilão de 50 mil toneladas dos estoques do governo, armazenados no Rio Grande do Sul e de outras 5 mil toneladas, armazenadas em Santa Catarina. Até lá, não será tomada nenhuma decisão quanto às exportações.
Como o arroz desses estoques regulatórios é da safra 2004/2005, o preço mínimo da saca foi cotado a R$ 28, valor aceito pelos produtores e a
indústria beneficiadora por ser de safra passada.
O leilão é para conter a alta
no mercado interno. Nos últimos dias, o arroz subiu 30%, sendo que a saca está cotada, hoje, em média, a R$ 30.
O deputado federal, da bancada ruralista, Luiz Carlos Heinze (PP-RS) disse que, ao contrário do que foi dito anteriormente, será melhor exportar agora que o preço do arroz no mercado internacional está alto.
— É importante o Brasil aproveitar o momento de preços altos para exportar também. Precisamos ganhar novos mercados — observou Heinze. Ele se disse contrário à qualquer imposição de barreira às exportações.
Stephanes destacou que, depois do leilão marcado para maio, o governo passará a analisar o mercado semanalmente, para avaliar a necessidade de promover novos leilões dos estoques reguladores. O intuito é conter a alta de preços do arroz.
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