O ex-governante cubano Fidel Castro assegura nesta segunda-feira, em novo artigo divulgado na imprensa oficial cubana, que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e sua secretária de Estado, Condoleezza Rice, estão "se empenhando para provocar guerras fratricidas" na América Latina.

"No Iraque, já morreram mais de um milhão de pessoas. Quantos mortos os Estados Unidos oferecem à América Latina, uma região de mais de 500 milhões de habitantes, para defender sua democracia e seu império?", pergunta Fidel. "Os chefes e funcionários imperiais trabalham febrilmente, ameaçando a todos com sua força brutal, mas o império é insustentável e não desiste. Tem sede de sangue. É preciso denunciá-lo tenazmente!", afirma.

O novo artigo, segundo de uma séria intitulada Sede de Sangue, se centra nas visitas de Condoleezza a Brasil e Chile, após a crise causada por um ataque de militares colombianos a guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano. Fidel pergunta à secretária "quantos norte-americanos perderam a vida em conseqüência de bombas enviadas por Cuba" e, se alguma vez, "um único tijolo foi destruído" em conseqüência de uma bomba procedente de seu país.

"Por que nos inclui na grotesca lista de países terroristas, na qual ameaça acrescentar arbitrariamente a Venezuela?", pergunta o cubano. "Quem usou o terrorismo contra nossa pátria para destruir aviões em pleno vôo, provocar sabotagens, invasões mercenárias e ameaças de bombardeios e guerras, bloqueio econômico e ações que custaram milhares de vidas e centenas de bilhões de dólares?", continua. "O fato real é que Bush e seu grupo estão mais presos a seus erros em política externa do que o próprio (ex-presidente dos Estados Unidos Richard) Nixon quando renunciou em 1972", assegura.