| 12/03/2008 17h05min
O compasso de espera do mercado pelo anúncio de medidas cambiais pelo governo, eventualmente ainda hoje, não impediu o dólar de retomar a queda ainda no fim da manhã. As cotações no mercado à vista foram pressionadas, segundo operadores, por um ingresso de cerca de US$ 1 bilhão de um siderúrgica, a forte desvalorização externa da moeda americana (hoje o euro bateu recorde a US$ 1,5561 durante a sessão) e o salto do petróleo para a marca histórica de US$ 109,92 (+1,08%), depois de atingir a máxima a US$ 110,20 o barril, durante a sessão na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex).
No fechamento dos negócios no mercado de câmbio doméstico hoje, o dólar comercial fechou na taxa mínima do dia, a R$ 1,674 (-0,65%), mesma cotação de encerramento do dólar à vista na BM&F, com baixa de 0,53%. O volume financeiro total à vista somou cerca de US$ 4 bilhões.
Segundo um operador, como o BC teria comprado, em leilão realizado no fim da manhã de hoje, apenas cerca de US$ 40
milhões, é possível que houve,
de fato, um fluxo positivo forte. No leilão, o BC pagou taxa de corte de R$ 1,6783. Segundo fontes do mercado, a autoridade monetária aceitou quatro propostas de duas instituições financeiras credenciadas, entre seis apresentadas com taxas declaradas. As ofertas abertas variavam de R$ 1,6768 a R$ 1,6800.
O dólar à vista chegou a operar em alta até o fim da manhã, quando atingiu as máximas de R$ 1,695 (+0,71%) na BM&F e de R$ 1,694 (+0,53%) no mercado interbancário. Essa correção refletiu as expectativas sobre as mudanças na política cambial em estudo pelo governo e que poderiam vir a ser aprovadas e anunciadas ainda hoje pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No entanto, por volta do meio-dia o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, informou que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda não havia convocado uma reunião extraordinária do CMN para acertar medidas para conter a alta do real. "Há chance de reunião, mas o ministro Mantega ainda não convocou a reunião", disse Bernardo
mais cedo.
Por volta das 17 horas, o Ministério da Fazenda ainda não confirmava, nem descartava, a realização da reunião.
Nas mesas de corretoras e bancos, operadores disseram que é mais provável o governo vir a anunciar mudanças com relação às regras de exportação em vez de uma nova tributação. "Não se descarta o fim da cobertura cambial (exigência de que as receitas com exportação sejam internalizadas no País) e a concessão de alguma desoneração para os exportadores", disse uma fonte. Hoje, o exportador pode manter 30% de suas receitas totais com vendas no exterior em contas lá fora. Uma eventual mudança permitiria que a totalidade dessas receitas continuasse no exterior.
Outra possível ação seria tributar com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) o capital de curto prazo que ingressa no País por meio de empréstimo em moeda estrangeira. Essa medida, segundo fontes, poderia influenciar no câmbio. A idéia é estabelecer uma tributação escalonada de acordo com o prazo de
permanência dos recursos.
Atualmente, os bancos e as empresas tomam empréstimos em moeda estrangeira e pagam o IOF com alíquota de 5,38% se os recursos permanecem no País por até três meses. A partir daí, não há tributação. A idéia é criar uma tributação para os meses subseqüentes.
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