| 11/03/2008 17h04min
Uma investigação da Promotoria e um escândalo sexual estão colocando em risco a promissora carreira do governador de Nova York, o democrata Eliot Spitzer, supostamente ligado a uma rede de prostituição como as que combatia quando era procurador-geral do Estado.
O futuro de Spitzer, considerado até segunda-feira a imagem da retidão moral e dos valores familiares, pode ficar resolvido nas próximas horas, pois a oposição republicana deu hoje duas opções ao governante de Nova York: "renúncia ou cassação".
O legislador estadual republicano James Tedisco afirmou que Spitzer "tem que renunciar nas próximas horas ou se submeter a um processo de cassação (impeachment)".
— Se não renunciar nas próximas 24 ou 48 horas, iniciaremos seu processo de cassação — disse Tedisco à imprensa local.
Spitzer, de 48 anos, ex-procurador-geral de Nova York, casado há 21 anos e pai de três filhas, viu seu nome ligado a um escândalo sexual nas últimas
horas.
Até agora, o governador não foi
acusado de nenhum crime, mas sabe que seus advogados têm que se reunir o mais rápido possível com a Promotoria para determinar possíveis conseqüências legais do caso.
Na segunda-feira, o jornal The New York Times informou que Spitzer estaria vinculado a uma rede de prostituição de alto nível e indicou que o governador utilizou esses serviços durante uma viagem a Washington em 13 de fevereiro.
Spitzer compareceu perante a imprensa junto a sua esposa, pediu desculpas a sua família e aos nova-iorquinos, e se limitou a considerar o assunto "algo privado".
O fim da carreira de Spitzer, que em seus anos como procurador-geral do Estado era visto como um autêntico combatente da corrupção, começou há um ano com uma rotineira investigação do temido Serviço de Rendas Internas (IRS).
Os inspetores do fisco revisavam, segundo a imprensa local, transações financeiras suspeitas reportadas pelos bancos, quando deram com
movimentações pouco freqüentes que os levaram até as contas do
governador.
Nelas, segundo o NY Times, observaram movimentos que "pareciam ocultar a fonte, o destino ou o propósito (de transações) de milhares de dólares à vista" e como essas quantias acabavam em outras contas de empresas sem atividade alguma.
As pistas levaram a uma rede de prostituição de alto nível chamada Emperors Club VIP. Foi divulgado que Spitzer pagava à vista os serviços de sua acompanhante, que cobrava até US$ 1 mil a hora, e a qual, segundo a imprensa, foi gravada pelos agentes em uma reveladora conversa sobre seu cliente.
Eliot Spitzer, 48 anos, ex-procurador-geral de Nova York, casado há 21 anos e pai de três filhas, viu seu nome ligado a um escândalo sexual nas últimas horas
Foto:
Miguel Rajmil, EFE
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