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 | 06/03/2008 10h34min

Dólar abre em baixa cotado a R$ 1,659

Taxa é a mais baixa desde 14 de maio de 1999

A taxa de câmbio abriu nesta quinta-feira o pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros (MN&F) em queda de 0,66%, com o dólar à vista negociado a R$ 1,659. É a taxa mais baixa desde 14 de maio de 1999 — a referência nesse caso é a cotação de fechamento do dólar comercial no segmento interbancário (a BM&F não tinha pregão de dólar à vista naquela época).

Nos Estados Unidos, os índices futuros de ações operam em baixa e o euro estabeleceu novo recorde de alta ante o dólar nesta manhã, ao ser negociado a US$ 1,5349. No câmbio doméstico, a trajetória de queda do dólar deve continuar hoje, já que as perspectivas para o fluxo de recursos (ingresso de divisas) continuam positivas.

A expectativa de que as entradas de dólares sigam robustas foram respaldadas ontem pelos dados do saldo cambial de fevereiro. O mês acabou com saldo positivo de US$ 3,246 bilhões, uma surpresa ante resultado negativo de US$ 366 milhões, até o dia 21, nos dados preliminares divulgados pelo Banco Central. Ocorreu uma inversão no fluxo financeiro nos últimos dias. Os operadores afirmaram que as entradas financeiras não foram exatamente uma surpresa, mas admitem que o volume e o ritmo foram mais intensos do que o previsto.

Arbitragem

O câmbio doméstico também recebe influência das operações de arbitragem entre dólar e real, por causa da diferença de taxas de juros interna (elevada) e externa (mais baixa). O juro mais alto aqui em relação ao Exterior incentiva que os investidores tragam dólares para aplicar em títulos brasileiros.

Essas operações de arbitragem receberam ontem à noite mais um incentivo: o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC que acompanhou o anúncio da decisão de manter a taxa Selic estável em 11,25% ao ano, por unanimidade. O texto foi parecido com o da reunião do comitê em janeiro, mas os analistas perceberam a inclusão da palavra "atentamente" no trecho em que a autoridade monetária alerta para o monitoramento do cenário macroeconômico. E viram nisso um sinal de que a taxa Selic pode ser elevada pelo BC este ano.

Uma alta da Selic, que é o juro básico da economia brasileira, aumentaria ainda mais o ganho da arbitragem e isso pode ter impacto de queda no dólar desde já. Até porque, as taxas dos depósitos interfinanceiros (DIs) tendem a reagir em alta, o que melhora o prêmio da arbitragem de imediato.

Agência Estado
 

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