Por volta das 11h, cerca de 10 policiais militares vindos de Santana do Livramento entraram em confronto com 900 mulheres da Via Campesina, que invadiram a Fazenda Tarumã, da empresa finlandesa Stora Enso em Rosário do Sul. Armados de cacetetes, eles tentavam dispersar as mulheres, que reagiram. Não há informações sobre feridos. Elas chegaram à fazenda em 28 ônibus e com elas estão 250 crianças.

O reforço da Brigada Militar, que pretende desocupar a propriedade, chegou ao local e faz dois bloqueios. Um deles na estrada que leva à fazenda e um na entrada da fazenda, onde estão as manifestantes. O coronel Paulo Mendes, sub-comandante da Brigada Militar, também está se dirigindo ao local. Segundo ele, a manifestação já está cercada e as ações da polícia a partir de agora vão visar a desocupação.

— A desocupação será realizada conforme a lei, de forma voluntária ou forçada — avisou Mendes.

Um oficial de Justiça esteve no local com um interdito proibitório para desocupar o local, mas o documento não foi aceito pelas manifestantes.

Parte das mulheres tranca a estrada de acesso à fazenda. Todas as invasoras têm o rosto tapado com faixas roxas. Elas carregam cartazes e faixas lembrando o motivo do protesto: o Dia Internacional da Mulher, comemorado no próximo sábado, e o início da jornada nacional de lutas das mulheres da Via Campesina contra o agronegócio.

A fazenda Tarumã possui 2.075 hectares, sendo que 707 hectares têm eucaliptos plantados. Outros 138 hectares deveriam receber o plantio de eucaliptos até o final do ano. Segundo a assessoria de imprensa da Stora Enso, 60% da área da fazenda estaria reservada para preservação permanente. Ainda de acordo com a assessoria, a fazenda emprega cerca de 150 trabalhadores de Rosário do Sul. Antes de ser ocupada pela empresa, a fazenda era dedicada à pecuária e tinha apenas três funcionários.