| 12/02/2008 18h43min
Uma conjunção de fatores amparou o terceiro fechamento consecutivo em alta da Bovespa. O anúncio de ajuda a seguradoras de bônus nos Estados Unidos pelo megainvestidor Warren Buffet, um pacote das cedentes de créditos aos investidores norte-americanos com problemas no pagamento de hipotecas; o lucro recorde do Itaú, e a recusa da oferta de compra da Vale pela Xstrata foram alguns deles. A compra de pechinchas e o vencimento de índice futuro, amanhã, também ajudaram.
Com isso, a Bovespa encerrou a sessão com elevação de 1,92%, aos 61.805,5 pontos. Na mínima do dia, ficou estável, aos 60.645 pontos e, na máxima, atingiu 62.828 pontos (+3,6%). No mês, a Bovespa acumula ganhos de 3,89% e, no ano, ainda tem perdas, de 3,26%. O volume financeiro negociado hoje foi o maior do mês e totalizou R$ 6,97 bilhões.
Os bons fundamentos domésticos foram a principal justificativa dos profissionais do mercado para o desempenho da Bolsa paulista hoje. Segundo um deles, as notícias
favoráveis já estavam
presentes há algum tempo, mas o nevoeiro de notícias ruins vindas do exterior não permitia aos investidores olhar para os fundamentos locais. Hoje, os ventos dissiparam os temores e os investidores foram às compras, também aproveitando os preços baixos de muitos ativos interessantes.
E, se do lado doméstico as coisas vão bem, o quadro externo deu hoje um empurrão forte - as bolsas norte-americanas trabalharam o dia todo em alta consistente. Às 18h15, o índice Dow Jones avançava 1,25%, o S&P, 0,92%, e o Nasdaq, 0,41%. Logo cedo, a notícia de que Warren Buffet ofereceu ajuda às grandes seguradoras de bônus - com a recusa por uma delas - já animou os investidores. A ajuda seria de US$ 800 milhões, e a recusa levantou a lebre de que o problema neste segmento não é assim tão ruim quanto se imagina. É preciso lembrar que, depois da crise do crédito de alto risco (subprime), este segmento passou a concentrar a preocupação de ser "bola da vez" na turbulência.
A origem da
crise, o subprime
hipotecário, também teve uma notícia favorável hoje, quando seis cedentes de crédito anunciaram dar uma "pausa" ao processo de execução hipotecária para proprietários de imóveis mais problemáticos. Eles terão até 30 dias para frear a execução. Ainda nos EUA, uma pesquisa da distrital do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) na Filadélfia mostrou que os economistas estão otimistas que os Estados Unidos vão escapar da recessão.
Do lado interno, o avanço de quase 100% no lucro do Itaú de 2006 para 2007 impulsionou não só os papéis da instituição, como do setor bancário. Já a Vale, uma das blue chips (ações de primeira linha) do índice, deu sua contribuição de alta em reação à recusa da oferta de compra que fez à anglo-suíça Xstrata. Com isso, seu endividamento não vai aumentar, e os investidores gostaram. A iminência do reajuste do minério de ferro e a alta dos metais no exterior também serviram de justificativa para compras.
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