Dirigentes, empresários e ativistas pediram hoje que governos, organizações e empresas atuem para conseguir o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) definidos pela ONU, apesar de não haver previsão de que a data fixada, 2015, será cumprida.

— Estamos diante de uma verdadeira emergência mundial de desenvolvimento e pobreza, e, se não agirmos, os ODM não serão alcançados em 2015 — advertiu o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, em um ato de chamada conjunta à margem do Fórum Econômico Mundial de Davos.

— Prometemos que a mortalidade infantil cairá em três quartos até 2015, e ao ritmo atual, não vamos conseguir em 2015. Prometemos que todas as crianças estarão escolarizadas em 2015, mas, se não mudarmos a forma como estamos atuando, não conseguiremos até 2115, e as crianças do mundo não podem esperar outro século para atuarmos.

Além de oferecer outras trágicas estatísticas, afirmou que os mais de mil milhões de pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia "estarão ainda pior este ano como resultado da alta dos preços dos alimentos e do petróleo".

— É hora de passar das promessas às ações — disse a rainha Rania da Jordânia.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, qualificou de inaceitável o pouco avanço conseguido no cumprimento destes objetivos, entre eles a redução da pobreza pela metade.

— É inaceitável que para dois terços da população mundial seja um luxo o acesso à água, é inaceitável que um milhão de pessoas morram de malária a cada ano — afirmou. Ki-Moon lembrou que as Nações Unidas realizarão em setembro uma sessão especial dedicada aos Objetivos do Milênio.

Bill Gates, e o cantor e ativista Bono Vox, são outras personalidades que participaram desta chamada conjunta.