| 20/01/2008 18h39min
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, respondeu neste domingo a um funcionário dos Estados Unidos que o acusou de facilitar o tráfico de drogas, e disse que ainda que ele lute pela paz, as pessoas acusam-no de ser uma ameaça. Ele falou em seu programa dominical de rádio e televisão Alô, Presidente.
— A começar pelo chefe do império que está bombardeando o Iraque e que tem bombas atômicas para acabar com meio mundo, mas tudo bem, a vida é assim, alguém que luta pela paz é acusado de ser uma ameaça e de querer acabar com o mundo — disse Chávez.
O chefe de Estado venezuelano se referiu às declarações publicadas hoje pela imprensa local e atribuídas ao chefe do serviço antidrogas americano, John Walters. Ele teria dito que chegou "a hora de encarar o fato de que o presidente Chávez está se transformando em um grande facilitador do tráfico de cocaína para a Europa e outras partes do hemisfério".
— O alto funcionário do governo dos Estados Unidos disse
que eu sou traficante de drogas e
isso está sendo repetido por todo o mundo, como parte de uma campanha de nível internacional contra mim, mas que não é contra a minha pessoa, mas contra a Venezuela, contra a revolução e contra o povo venezuelano — acrescentou Chávez.
Alguns analistas venezuelanos concordaram em que a declaração de Walters foi "o mais forte pronunciamento de um funcionário do governo de Washington contra Chávez". A Venezuela surgiu pelo terceiro ano consecutivo na lista do Departamento de Estado americano de países que "fracassaram" em 2007 na batalha antidrogas.
— Isto é perigoso para a Venezuela, para a Colômbia, para os Estados Unidos. Cada vez mais é reconhecido como perigoso para os europeus e tem que ser solucionado. É difícil entender por que o presidente Chávez não dirige seu governo para tomar atitudes básicas para combater esta ameaça — afirmou Walters.
As apreensões de droga na Venezuela caíram para 57,5 toneladas em 2007, uma redução de 12,5 toneladas
frente a 2006, disse na última
sexta-feira o Escritório Nacional Antidrogas (ONA) venezuelano.
— É importante destacar o desmantelamento de 13 laboratórios em 2007. Esse fato significou um golpe à produção da cocaína — destacou o chefe da ONA, coronel Néstor Reverol.
Além das apreensões e da destruição de laboratórios, Reverol destacou a detenção de 4,1 mil pessoas durante o ano passado. Ele disse que, do total, quase 400 são estrangeiras.
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