| 20/01/2008 14h51min
A reunião ordinária de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom) — a primeira de 2008 — é o destaque da agenda nacional da próxima semana. Apesar de o mercado contar com a manutenção da taxa básica de juros neste mês, o encontro da diretoria do Banco Central (BC), agendado para começar na terça e terminar na quarta-feira, sempre é cercado das mais diferentes expectativas, desde em relação ao comunicado que acompanha a decisão até para saber se algum membro do BC apresentará voto discordante da maioria.
Conforme levantamento da Agência Estado, todas as 62 instituições do mercado financeiro consultadas esperam que a Selic permaneça no nível atual de 11,25% ao ano. Para esses especialistas, a autoridade monetária manterá a tendência conservadora basicamente devido à existência de um cenário de riscos inflacionários ainda bem parecido com o observado desde a última reunião de 2007. Além disso, a preocupação com a possibilidade de recessão econômica nos Estados
Unidos deve reforçar o
tom de cautela no Brasil.
Um dia após a decisão do Copom, quinta-feira, véspera do feriado municipal de aniversário de 454 anos de São Paulo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgará o IPCA-15 de janeiro. Em nível de importância, é o segundo dado de maior destaque da semana para as avaliações futuras sobre o cenário macroeconômico do País. As primeiras coletas de previsões com analistas do mercado financeiro já mostram que o indicador poderá vir com uma taxa ligeiramente menor que a de dezembro, quando subiu 0,70%.
Dois outros indicadores de inflação serão divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na semana. Na segunda-feira sai a segunda prévia de janeiro do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M); na quarta-feira, é a vez do Índice de Preços ao consumidor Semanal (IPC-S) da terceira quadrissemana do mesmo mês. Para o IGP-M, os especialistas já trabalham com projeções mais amenas que as mostradas pelos IGPs em
dezembro. Se, no mês passado, os
resultados efetivos giravam em torno de 1,50%, para janeiro as expectativas são de que estes indicadores, ligados fortemente ao atacado, fiquem com altas de 0,60% a 0,75%, principalmente pela expectativa de menor pressão dos preços agropecuários. Na segunda prévia de dezembro, o IGP-M apresentou alta de 1,54%.
Quanto ao IPC-S, o grupo Alimentação ainda vem apresentando um comportamento de alta resistente. Qualquer sinalização de desaceleração pode, entretanto, trazer uma percepção mais otimista para os demais indicadores de inflação ao consumidor. Na segunda medição do mês, o indicador subiu 0,92% ante 0,89% da primeira quadrissemana.
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