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 | 12/01/2008 11h44min

Uribe contesta sugestão de Chávez de considerar Farc e ELN grupos insurgentes

Em nota, presidente colombiano afirmou que os grupos guerrilheiros são financiados pelo tráfico

O pedido do presidente venezuelano Hugo Chávez para que se deixe de considerar terroristas as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN) e se passe a considerar esses grupos insurgentes, foi rechaçado por Álvaro Uribe, em um comunicado no qual afirma que por nenhum motivo aceita que se tire dos grupos guerrilheiros a qualificação de terroristas.

"Todos os grupos violentos da Colômbia são terroristas. São terroristas por atentar contra uma democracia respeitável e por seus métodos de extermínio da humanidade", diz a nota de Uribe.  Para o presidente colombiano, o uso de força ou somente a ameaça contra a democracia é puro terrorismo, por isso devem ser diferenciados os grupos violentos que lutaram contra ditaduras e foram classificados de insurgentes.

Na nota, o governo da Colômbia destaca uma acusação que nunca havia sido feita até aqui com tanta clareza  acerca do financiamento da guerrilha: Eles são financiados por um negócio letal contra a humanidade: o narcotráfico. "Os grupos violentos da Colômbia são terroristas porque seqüestram, põem bombas indiscriminadamente, recrutam e assassinam crianças, matam mulheres grávidas e idosas e deixam em sua passagem milhares de vítimas inocentes. Todas essas práticas violam os direitos humanos", diz o comunicado.

Ontem, em discurso no Parlamento, Chávez afirmou que as Farc e o ELN não são terroristas e sim exércitos que ocupam espaços na Colômbia. Chávez pediu à Colômbia e a outros países que retirem essas organizações das listas de terroristas, e disse que o governo da Venezuela está disposto a se unir à Colômbia no sentido de retomar o diálogo em busca da paz. "Apesar de tudo o que aconteceu no final do ano passado, estamos dispostos a continuar buscando formas para conquistar a paz na Colômbia e, nesse esforço, devemos continuar trabalhando em vários níveis diferentes: com o governo da Colômbia, com as Farc, com o ELN. Isso é imprescindível", afirmou Chávez.

Os acontecimento a que o presidente venezuelano se referia foram os desentendimentos dos dois presidentes durante a Operação Emanuel, destinada a resgatar reféns das Farc, no final de dezembro de 2007. A ação acabou suspensa, porque  o governo colombiano supostamente realizava operações militares na área onde os reféns seriam resgatados. Em seguida, o presidente Álvaro Uribe denunciou que as Farc mentiram, porque não estavam mais em posse do menino Emanuel, filho de Clara Rojas com um guerrilheiro, o que se confirmou dias depois.

Depois de seis anos em cativeiro, as duas ex-reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Clara Rojas e Consuelo González, foram libertadas na sexta-feira.  Na quinta-feira , Chávez, informou que tinha recebido das Farc as coordenadas do local onde estavam Rojas e González. Dois helicópteros da Venezuela com o símbolo da Cruz Vermelha foram até o lugar definido pelos guerrilheiros para o resgate.

EFE

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