| 03/01/2008 16h59min
O comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Manuel Marulanda, responsabilizou generais colombianos de terem sabotado uma troca de reféns da guerrilha por rebeldes presos pelo governo da Colômbia.
"Os irremovíveis do presidente Alvaro Uribe são um dos muitos pretextos na cabeça de alguns generais para impedir o intercâmbio humanitário" afirmou o comandante, também conhecido como Tirofijo (Tiro Certeiro), numa carta datada de 24 de dezembro, mas que foi divulgada hoje pela Agência Bolivariana de Notícias (ABN).
A carta foi recebida no começo da semana pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, e anunciava a suspensão da operação para a entrega de três reféns porque não estavam sendo dadas as condições de segurança para a libertação devido a movimentações dos militares colombianos, segundo a guerrilha. As Farc ofereceram a Chávez a ex-deputada Consuelo González, uma assistente da candidata presidencial Ingrid Betancourt, Clara Rojas, e seu filho
Emmanuel.
Em 28 de
dezembro, Chávez mobilizou uma operação internacional para recolher os reféns, mas três dias depois a missão foi suspensa pelo anúncio das Farc.
Uribe rechaçou as alegações da guerrilha e disse que as forças armadas colombianas haviam há dias suspendido suas ações para permitir a entrega dos seqüestrados. Ainda assim, ele apresentou a hipótese de que Emmanuel já estaria sob tutela das autoridades. O governo estaria esperando o resultado de exames de DNA para comprovar a identidade da criança.
Na carta divulgada hoje, Marulanda acusa Uribe de ter mentido quando disse que "provocou a baixa de 8 mil guerrilheiros e de ter desmantelado 20 frentes", mas admitiu que os confrontos com o exército têm cobrado "alto custo em feridos e mortos". O chefe guerrilheiro afirmou ter sido "impossível (para Uribe) impedir o protagonismo das Farc, e muito em breve será mais difícil impedir seu reconhecimento por parte de certos governos como movimento revolucionário levantado em armas
contra o regime uribista
que não quer a paz na Colômbia".
Para Tirofijo, o objetivo do governo colombiano é "manter a guerra para abafar o descontentamento do povo pelas péssimas condições de vida a que está submetido". Em Bogotá, a Cruz Vermelha informou que os quatro helicópteros disponibilizados por Chávez para o resgate dos reféns voltaram hoje para a Venezuela.
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