| 27/12/2007 16h41min
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse nesta quinta-feira acreditar que a operação para a libertação de três reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) seja um primeiro passo para a entrega de outros cativos, entre eles a ex-candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betancourt, seqüestrada há cinco anos.
Garcia embarcou no início da tarde de hoje em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para Caracas, capital da Venezuela. Ele integrará o grupo que testemunhará a operação de entrega amanhã, coordenada pelo governo de Hugo Chávez, com autorização do presidente colombiano, Álvaro Uribe.
— Se a operação for exitosa, tem tudo para ser exitosa, tenho a impressão de que o próximo passo é a libertação da Ingrid e de outras pessoas que estão presas lá (na Colômbia) — afirmou Garcia, antes de embarcar na Base Aérea de Brasília.
Para o assessor da Presidência da
República, a libertação dos reféns
pode abrir caminho para a paz na Colômbia.
— Quem sabe, se chegarmos a contento nesse programa humanitário de libertação de reféns, talvez possa se abrir caminho para a paz na Colômbia, que é uma coisa desejada por todos — completou.
A assessora de Betancourt, Clara Rojas, seqüestrada em 2002, e o filho dela, Emmanuel, de três anos, que nasceu no cativeiro, são dois dos reféns a serem libertados. A terceira é a ex-deputada Consuelo Gonzáles, presa em 2003. O filho de Rojas é fruto de um relacionamento com um integrante das Farc.
Garcia explicou que o papel dele e dos outros representantes do grupo, composto também por Equador, Argentina, Cuba, Bolívia e França, é de ser uma garantia da operação. Ao falar sobre a função do Brasil, o assessor destacou que o governo federal já vinha, em conversas reservadas, participando da discussão, inclusive colocando-se à disposição, mais de uma vez, do governo colombiano.
— Não estamos sendo
convidados de última hora. Estamos há muito tempo
desenvolvendo discretamente iniciativas para que se chegasse a essa solução — ressaltou.
O vôo até Caracas deve durar cinco horas. Da capital venezuelana, de acordo com o assessor, o grupo será transferido para uma base. De lá, serão levados de helicóptero para o local da libertação, em território colombiano. O local é mantido em sigilo, mas Chávez adiantou ontem que os reféns devem ser entregues perto do ponto proposto pelas Farc, a cidade de Villavicencio, no Estado colombiano de Meta, no centro do país.
No entanto, segundo o próprio presidente, aviões e helicópteros venezuelanos estão a postos em vários aeroportos do país. Questionado se estaria com frio na barriga de entrar na mata onde, possivelmente, os reféns devem ser entregues, Garcia respondeu:
— Não deu medo ainda. Tenho a barriga grande. Não deu para sentir frio ainda.
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