| 18/12/2007 21h55min
A incorporação do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) pelo Banco do Brasil foi aprovada nesta terça-feira no plenário do Senado. O processo segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e deve ser concluído até julho de 2008.
A batalha pela federalização do Besc começou a ser travada às 9h. Reunidos no gabinete do senador Raimundo Colombo (DEM), o secretário da Articulação e Coordenação Política do Estado, Ivo Carminati, e técnicos do Banco do Brasil, do Banco Central e do Tesouro Nacional traçaram a estratégia para a aprovação.
Em seguida, partiram em comitiva para o gabinete do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), principal opositor da questão. Lá, tentaram esclarecer as dúvidas do senador, que permanecia reticente. Fortes alegava precisar de mais tempo para debater a incorporação do Banco do Piauí e, para isso, condicionava todos os demais processos de federalização a um requerimento de audiência pública.
Descontente com os
termos da federalização do Banco do
Piauí, Fortes queria que algum senador pedisse vistas no processo, dando tempo para que as negociações fossem aprofundadas. Em contrapartida, retiraria os impedimentos sobre o caso Besc.
Já em plenário e sem concretizar a manobra, Fortes monitorava a pauta para polemizar com os catarinenses. Por distração, contudo, não percebeu o momento em que o projeto foi colocado em votação pelo presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN). Ao final, a incorporação foi aprovada por unanimidade.
— Foi sorte. Acho que o senador não percebeu que o plenário estava votando. Agora passou e tudo está consolidado — comemorava Carminati.
Às 16h48, o assunto estava liquidado. Tão logo o resultado foi confirmado, Carminati avisou o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB). Segundo ele, o imprevisto causado pelos senadores do Piauí colocou o governo em alerta máximo durante o fim de semana e demandou uma "estratégia de guerra" para garantir o aval do Senado ainda neste
ano. Do contrário, os atrasos poderiam
complicar a negociação.
Agora, o processo será encaminhado para o Palácio do Planalto. O presidente Lula precisa assinar o decreto retirando o Besc do Plano Nacional de Desestatização (PND). Depois, uma comissão de técnicos fará uma avaliação no Besc e no Banco do Brasil para a negociação chegar ao Banco Central e à Comissão de Valores Imobiliários (CVM), uma vez que os dois bancos têm ações na Bolsa.
O governo catarinense tem até julho para realizar todas as etapas da tramitação, prazo estipulado pelo Banco do Brasil. Depois de oficializada, a federalização do banco catarinense garantirá R$ 250 milhões relativos à venda das contas-salário ao Estado.
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