| 17/12/2007 10h08min
Mercosul e Israel devem firmar um Tratado de Livre Comércio (TLC) durante a Cúpula e Chefes de Estado do bloco, amanhã, em Montevidéu. Trata-se do primeiro acordo desse tipo do Mercosul com outra região. As negociações começaram justamente na última Cúpula de Montevidéu, em dezembro de 2005.
O acordo, antecipado pelos jornais uruguaios neste domingo, foi confirmado pelo representante permanente da Missão Brasileira junto à Aladi e Mercosul, embaixador Regis Arslanian.
— O acordo está realmente muito adiantado e espero que possa ser concluído e assinado. Esse é o objetivo — informou.
Segundo ele, uma delegação insraelense está em Montevidéu acertando os últimos detalhes do TLC. De acordo com o embaixador, o acordo de livre comércio entre Mercosul e Israel prevê preferências tarifárias para setores sensíveis do Uruguai e Paraguai — sócios menores do bloco. Hoje, o Mercosul vende para Israel basicamente carnes e produtos agrícolas, enquanto Israel
fornece aos países do bloco alta
tecnologia, agroquímicos e softwares.
Acordo semelhante também estava em fase avançada de negociação com o Conselho de Cooperação do Golfo (do qual fazem parte Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Qatar e Omán).
— Fizemos 90% do processo negociador, mas dali houve dificuldades e está parado — relata Arslanian.
Embora não tenha tratados com outras regiões, o Mercosul tem acordos de preferências com outros países e blocos, como a Índia e a União Aduaneira da África Austral (Sacu), que reúne África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia. De acordo com o embaixador, todos prevêem flexibilidades para Uruguai e Paraguai — na recente ampliação da lista de preferências com Sacu, por exemplo, os dois países receberam preferências não concedidas ao Brasil e Argentina em produtos como couro, lácteos, soja e carne.
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