| 19/11/2007 16h37min
A descoberta de uma grande área petrolífera em território nacional não mudará a aposta brasileira no desenvolvimento dos biocombustíveis e de outras fontes renováveis de energia. Foi o que garantiu nesta segunda-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve em Blumenau para a abertura do 25º Encontro Econômico Brasil-Alemanha.
— Não é porque encontramos uma grande reserva de petróleo, e posso garantir que ela é grande mesmo, que vamos abdicar do direito de continuar investindo na produção de biocombustíveis. Este é um compromisso do meu governo — disse Lula.
No discurso que fez para uma platéia de empresários e autoridades da Alemanha e do Brasil, Lula ainda cobrou postura semelhante das nações mais ricas e industrializadas.
— Precisamos deixar para nossos filhos um mundo muito melhor do que o que herdamos de nossos pais — disse Lula.
Ele pediu aos países ricos que diminuam a expedição de gases poluentes e que
financiem a manutenção de áreas verdes nas nações em
desenvolvimento:
— O mundo precisa de dirigentes responsáveis, que olhem para o futuro pensando nas próximas gerações.
O presidente garantiu também que nenhuma terra da Amazônia legal será utilizada para plantar cana-de-açúcar, principal matéria-prima do etanol produzido no Brasil.
— Temos 360 milhões de hectares cultiváveis, dos quais apenas 1% são utilizados no cultivo da Cana. Outros 29% são áreas de pastagens, muitas delas degradadas — salientou Lula, observando que hoje é possível produzir quatro vezes mais do que no passado em uma mesma extensão de terra.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, reforçou a importância do Encontro Brasil-Alemanha para a troca de tecnologia entre os dois países na área de biocombustíveis.
— Já temos parcerias nesta área, elas podem ser aprofundadas em um evento como esse — opinou Bernardo.
O ministrou lembrou que o Congresso nacional já aprovou um
pacote de incentivos e benefícios fiscais para o desenvolvimento e a
produção de biocombustíveis no Brasil. Entre os estados com grande potencial para a produção de álcool a partir da cana, Bernardo lembrou de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Para o governador Luiz Henrique da Silveira, Santa Catarina também pode tornar-se um pólo de produção do etanol, só que a partir de outra matéria prima: o pinus, ou pinheiro americano.
— A produção do etanol a partir da celulose já é uma realidade. Em nosso Estado há hoje 600 milhões de pés plantados, pois temos um clima extremamente propício ao cultivo do pinus. Aqui ele cresce quatro vezes mais rápido do que no Canadá, por exemplo — afirmou o governador.
Lula: "Não é porque encontramos uma grande reserva de petróleo que vamos abdicar do direito de continuar investindo na produção de biocombustíveis"
Foto:
Daniel Conzi
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