| 09/11/2007 20h54min
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou nesta sexta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "magnata" do petróleo e propôs que Brasil e Venezuela se unam para vender petróleo até 70% mais barato para países pobres.
— Lula, agora que você é magnata petroleiro, que o Brasil tem tanto petróleo, te proponho que nos juntemos nestes mecanismos de cooperação com os países que não têm petróleo, com os países que não têm possibilidade de pagar US$ 100 (cerca de R$ 200) o barril — disse, em discurso na sessão plenária da 17ª Cúpula Ibero-Americana.
O petróleo tem enfrentado altas nos últimos tempos, chegando a ser comercializado por US$ 100 o barril.
Chávez sugeriu ainda que, a exemplo da Petroandina — aliança entre as estatais energéticas da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela —, Brasil e Venezuela criem uma PetroAmazônia.
Ontem, a Petrobras anunciou que novas reservas de petróleo e gás na Bacia de Santos aumentarão em
cerca de 50% o potencial do país. Segundo o
presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, o Brasil passará a ser um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo, com um nível equivalente ao de países como Venezuela e Nigéria.
Chávez citou como exemplo de cooperação seu próprio país, que fornece petróleo à Argentina em troca de tratores, maquinário e "vacas prenhas que produzem muito leite".
No caso do Uruguai, a Venezuela recebe softwares e também "vacas que os uruguaios dizem ser melhores que as argentinas".
— Para mim são igualitas — brincou o presidente venezuelano.
Em outro momento do discurso, comentando o tema central da cúpula deste ano, a coesão social, o presidente venezuelano mencionou as recém descobertas jazidas brasileiras com ironia.
— Um caminho pode ser muito coeso de pedras, de asfalto ou desse petróleo que o Lula acaba de conseguir lá no Brasil. Agora o Brasil poderá ingressar na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) —
disse o venezuelano, se realmente tiver descoberto "essa
grande quantidade" de petróleo.
Chávez discursou por cerca de 25 minutos. Cada presidente inscrito teria cinco minutos para falar. Com os atrasos, o presidente Lula, que apresentaria os principais programas sociais brasileiros, acabou não discursando.
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