A 17ª edição da Cúpula Ibero-americana começou nesta quinta-feira, em Santiago, com o desafio de diminuir a desigualdade num momento em que a região vive um período de crescimento econômico, que não se traduz em melhores condições de vida para a maioria da população.

Em seu discurso de abertura, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, afirmou que a coesão social, lema da cúpula, "expressa a vontade de que se faça realidade o sonho de tantos", de conseguir "sociedades mais eqüitativas e livres". A anfitriã da cúpula, até dezembro a única mulher chefe de governo na região ibero-americana, desejou que algum dia "a exclusão ética e social seja uma lembrança ruim" na América Latina. Ela destacou que a região tem mais de 205 milhões de pobres, dos quais 79 milhões vivem na extrema pobreza.

A cerimônia de abertura da cúpula, no Clube Hípico, monumento histórico fundado em 1869, foi marcada pelo tom poético dos discursos e pela ausência de oito presidentes latino-americanos. Em seu discurso, o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, aproveitou para pedir a seu colega argentino, Néstor Kirchner, que o rio Uruguai, na fronteira entre os dois países, "atraia para um abraço". Os dois vizinhos estão num conflito por causa da construção de uma fábrica de celulose na margem do rio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na noite de quinta-feira ao país. Depois de manter a incerteza sobre sua presença quase até o último momento, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, confirmou que desembarcará nesta sexta-feira em Santiago. Também está na capital do Chile a presidente eleita da Argentina, Cristina Kirchner, que junto com o marido se reuniu ontem com Lula.