| 23/10/2007 11h03min
Algumas entraram num dos campos suplementares do Beira-Rio sem chuteiras, de tênis, umas com o uniforme folgado, outras com camisa e calção apertados. O que tornava homogêneo o grupo na tarde de ontem era um sorriso largo: todas estavam ali para o primeiro treino do novo time de futebol do Inter, que vai participar da 1ª Copa do Brasil da modalidade. A equipe é uma parceria entre o Inter (que entrou com a infra-estutura) e a Escolinha de Futebol da Duda, de Porto Alegre (que entrou com as jogadoras). O Estado será representado também pelo Juventude, tricampeão gaúcho. As duas equipes estréiam jogando contra, no dia 2 de novembro, no Alfredo Jaconi.
A Copa do Brasil é uma resposta da CBF ao desempenho e às reivindicações da seleção brasileira feminina, vice-campeã mundial este ano. A competição reunirá 32 clubes e terá curta duração: vai de 30 de outubro a 9 de dezembro, dia da final. A CBF diz que escolheu essa data para dar visibilidade ao torneio — será uma semana após o encerramento
do Campeonato
Brasileiro. Mas como todas as demais fases vão ganhar espaço na imprensa e a atenção do torcedor em meio às últimas rodadas do Brasileirão?
— Tínhamos que fazer agora, senão ficaria só para 2008. E começar depois do Brasileirão emendaria com férias, Carnaval — justifica Virgílio Elísio, diretor de competições da CBF.
A entidade ainda busca patrocinadores, mas deve pagar as despesas dos clubes. A CBF também negocia a transmissão do torneio na TV. Sobre a exígua duração, o dirigente afirma:
— Ao contrário do futebol masculino, que tem diversas competições, a Copa do Brasil feminina pode ser jogado numa seqüência.
A rapidez é mesmo a marca da competição. Menos de um mês após anunciar a intenção de organizar o torneio, a CBF divulgou sua tabela. Daí o improviso do treino do Inter.
— Tivemos de montar um time em três ou quatro dias. Além disso, cedemos meninas às seleções brasileiras de futsal e sub-17. Isso
atrapalha, mas o que a gente queria é que o campeonato
acontecesse, então não vamos reclamar. Espero que haja uma continuidade — diz Maria Eduarda Luizelli, a Duda, ex-jogadora do Inter e coordenadora da equipe. -
A volante Aline, 24, ex-Juventude, era uma das jogadoras que não calçavam chuteiras no treino de ontem:
— Se precisasse, jogava até de pés descalços. Estou muito feliz em vestir a camisa do meu time de coração.
Quem não ficou muito contente com a Copa do Brasil é o Pelotas. O clube questiona os critérios de escolha para a competição.
— O Pelotas disputou todas as edições do Campeonato Gaúcho, tem 12 anos de tradição no futebol feminino. O Inter está parado desde 2003 — aponta Marcos Planela, coordenador de futebol feminino do Pelotas.
Antes de ser desativado, o time feminino do Inter foi pentacampeão gaúcho e tri da Copa Sul.
Meninas participam do primeiro treino do novo time feminino do Inter
Foto:
Adriana Franciosi
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Agência RBS
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