Armar uma equipe competitiva para a 10ª Libertadores da história do clube é o maior desafio de Flávio Obino, que será aclamado presidente do Grêmio dia 18 de dezembro. Sem recursos para contratar reforços, ele ainda poderá ver Polga, Tinga e os Rodrigos Fabri e Mendes deixando o Olímpico no início da próxima temporada. Sem falar nas dificuldades para renovar com Anderson Lima, que ganha R$ 60 mil mensais, tem dinheiro de luvas a receber ainda do ano 2000 e precisa renovar contrato.

Em São Paulo, especula-se sobre o interesse do Corinthians na aquisição de Polga, que terá direito ao passe no dia 28 de fevereiro, quando se encerra o vínculo com o Grêmio. Ele afirma que sua vontade é permanecer no Olímpico, mas será preciso avaliar se o clube terá condições de fazer o contrato que gostaria. Antes da Copa do Mundo, Polga esteve perto de ser negociado com a Lazio, da Itália. Como ficou na reserva durante a campanha do Penta, na Ásia, o jogador perdeu mercado, o que frustrou a expectativa do Grêmio em faturar pelo menos US$ 8 milhões com sua venda. O empresário Gilmar Veloz, procurador de Polga, não confirma qualquer tratativa.

O Corinthians também poderá ser o destino de Rodrigo Fabri (foto), artilheiro do Brasileirão com 19 gols. A única condição imposta pelo Real Madrid ao emprestá-lo ao Grêmio, em outubro do ano passado, foi sua liberação imediata caso surgisse algum interessado em adquiri-lo. Fabri tem contrato com o Grêmio até 30 de junho de 2003.

O problema é que apenas a saída de Tinga, o principal jogador do Grêmio na temporada, poderá representar um alívio para o sufoco financeiro. Como o volante renovou contrato até julho de 2004, não há possibilidade de sair sem que o clube seja indenizado. As tratativas com a Europa foram confirmadas por um dos vice-presidentes do Grêmio, ao ser questionado por conselheiros sobre as soluções que o clube buscava para sair da crise financeira. Com a venda, o Grêmio lucraria US$ 5 milhões. As inscrições para o restante da temporada européia reabrem no dia 15 de dezembro.