| 05/10/2007 06h35min
Os jornais Diário Catarinense, Jornal de Santa Catarina e A Notícia publicam em suas edições desta sexta-feira uma entrevista exclusiva concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por e-mail, Lula falou sobre a alteração do contrato de federalização do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), que permite sua incorporação pelo Banco do Brasil (BB), duplicação da BR-101, Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e CPMF. Leia parte da entrevista:
Agência RBS — O senhor já disse que os programas sociais estarão comprometidos com a receita de CPMF. Os investimentos do PAC também?
Luiz Inácio Lula da Silva: A aprovação da CPMF é da maior importância para o Brasil e para o equilíbrio das contas públicas. É este equilíbrio que tem permitido ao país viver este momento de grande respeito e credibilidade internacional, tanto na área comercial, quanto econômica e empresarial, e de redução da pobreza e da desigualdade social,
apontadas nos números da Pnad (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios). Tenho dito sempre que a economia está tranqüila, com capacidade para enfrentar turbulências, e o povo está melhorando de vida. Porém, esta situação que conquistamos a duras penas fica sob risco se R$ 38 bilhões forem tirados subitamente do orçamento. Isso acarretaria prejuízos a todos os setores, pois, o governo terá que reavaliar o que previu para investir nos próximos anos. Como não é possível cortar as despesas obrigatórias, o executivo terá que cortar recursos que hoje estão previstos em programas sociais e nos investimentos, mesmo os que estão no PAC. Mas acredito que o Congresso vai discutir a questão da CPMF ciente do compromisso com o país e com a sociedade brasileira.
Agência RBS — O governo duplicou o trecho norte da BR-101 e agora está investindo na duplicação da parte sul. O senhor acha justo, após o investimento federal, entregar a rodovia à iniciativa privada para a cobrança de pedágio?
Lula:
O objetivo do governo ao
investir na duplicação da BR-101 e de outras estradas brasileiras antes de conceder sua manutenção à iniciativa privada é garantir um preço módico para o pedágio. Caso a rodovia não estivesse em boas condições, a concessionária teria de cobrar um valor muito alto no pedágio para investir na recuperação do pavimento. Sem a necessidade de investir na reforma da pista, a concessionária vai se encarregar apenas da manutenção da rodovia e dos serviços de socorro mecânico e médico aos usuários. A remuneração se dará apenas sobre esses custos, conforme o edital de licitação. A concessão não significa transferência do patrimônio público à iniciativa privada, apenas a administração da estrada será feita por uma empresa, por um tempo determinado em contrato. Estamos trabalhando pela economia, pela segurança e pelo conforto dos usuários das nossas rodovias.
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