| 17/08/2007 11h42min
O Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, o Cansei, programou para as 13h desta sexta-feira um ato de protesto na Praça da Sé, em frente à Catedral da Sé, no centro de São Paulo. Os manifestantes marcarão um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da tragédia do vôo JJ 3054 da TAM, ocorrida há um mês, seguido de um culto ecumênico. A cerimônia estava programada para acontecer dentro da catedral, mas a Arquidiocese de São Paulo vetou a idéia, segundo informações do site G1.
Após o minuto de silêncio, alguns dos artistas que apóiam o evento devem cantar o Hino Nacional. Entre as presenças aguardadas estão Hebe Camargo, Regina Duarte e Ivete Sangalo. Os organizadores do Cansei, entre os quais estão a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, insistem que o movimento não é político e dizem que o ato é uma maneira de a sociedade "expressar sua solidariedade e indignação de forma pacífica, equilibrada e organizada."
Apesar de não
assumir claramente uma posição
contra o governo federal, o movimento faz críticas constantes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi ironizado pelo secretário de relações internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, que disse se tratar de uma ação organizada "pela ultraprogressista classe média alta paulista."
A CUT, aliás, chegou a protocolar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) uma representação contra a participação da multinacional Philips no Cansei. Os sindicalistas alegam que, ao apoiar o movimento, a companhia descumpre uma determinação da OCDE de que as multinacionais não interfiram na política local dos países em que atuam. O presidente da Philips no Brasil, Paulo Zottolo, é um dos entusiastas do movimento e chegou a fazer anúncios declarando o apoio da empresa.
Apartidário
Mesmo sendo um movimento que se apresenta como apartidário, o Cansei tem o apoio de políticos
de oposição como o governador de Minas Gerais,
Aécio Neves(PSDB), que ao defender que se trata de uma "manifestação legítima", aproveitou para cobrar humildade de Lula. Para Luiz Flávio Borges D'Urso, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), as críticas são "vozes isoladas que não sabem conviver com a democracia".
Entre os textos em que os organizadores apresentam as idéias no site do movimento, as prioridades são segurança, pátria e redução de impostos. D´Urso fala em "legítima defesa da sociedade" e o advogado Ives Gandra da Silva Martins reclama das "indenizações milionárias pagas a antigos militantes de esquerda" e defende que na Ditadura Militar "não havia caos aéreo e o salário mínimo era mais digno."
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