O ex-capitão e levantador da seleção masculina de vôlei, Ricardinho, se mostrou aberto a retomar um diálogo com o técnico Bernardinho, quem o cortou da disputa dos Jogos Pan-Americanos, para voltar a defender o Brasil dentro das quadras. Porém, quer que o treinador explique publicamente e para ele os motivos da dispensa às vesperas do evento no Rio de Janeiro. Pelo menos foi isso que ele deixou bem claro na entrevista coletiva do lançamento de sua biografia, entitulada Levantando a Vida.

– Claro que tem volta. Só que ele tem que dar explicações para vocês (imprensa), tem que dar explicações para mim sobre o ocorrido. Foi um corte de um jogador que é instrumento de trabalho dele. Essa retratação pode ser pública ou entre quatro paredes – disse. – Não adianta dizer simplesmente que as portas estão abertas. Só acredito que essa conversa tem que partir da pessoa que me dispensou – completou.

Na coletiva, Ricardinho relatou como foi a conversa com Bernardinho quando de sua apresentação antes do Pan:

– Eu cheguei 17h40min no sábado. E o Bernardinho falou tudo o que ele sentia, que era um desgaste muito grande com as minhas cobranças, com meus pedidos, que na verdade não eram meus. Eram dos jogadores, com pedidos do que a gente conversava nos quartos, nos vestiários. Cobrei folgas, oportunidades de voltar para o Brasil. E ele expôs de uma forma muito agressiva, disse que estava desgastado, não me suportava mais. O desgaste estava muito grande mesmo, mas não explicou realmente qual foi o motivo do meu corte – revelou o levantador.

Sobre o término do que considerou ser a "Família Bernardinho", o jogador afirmou não mais acreditar nesse rótulo para o grupo:

– Eu acredito que ainda exista essa família por parte do grupo que está lá. Da minha parte não existe mais. Foi uma fantasia que a gente criou ali dentro e eu não acredito mais nessa "Família Bernardinho". O pacto (pela medalha de ouro em Pequim) foi quebrado a partir do momento que eles (jogadores) deixaram eu sair daquela sala onde discutimos – concluiu, transparecendo decepção por nenhum colega tê-lo defendido.

Outros desgastes

Ricardinho também lembrou das reclamações que fez sobre as instalações do hotel na Finlândia, sem ar-condicionado e que os quartos foram arrumados pelas camareiras no máximo duas vezes num período de três semanas.

Sobre Bruninho, o substituto

Além de elogiar o jovem levantador, filho do téncico Bernardinho, o ex-titular comentou o fato de ter sido subsituído por Bruninho:

– A única coisa que eu acho é que ele não precisaria ter colocado o filho dele em um episódio confuso, criado justamente pelo próprio Bernardinho. Mas o Bruninho é um garoto muito bom, de caráter – finalizou.