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 | 07/08/2007 16h32min

Silêncio sobre boxeadores desertores alimenta especulações em Cuba

Atletas receberam visita de famílias e nada mais foi divulgado

O silêncio das autoridades cubanas sobre os dois boxeadores que desertaram durante a realização dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro, e que foram deportados pelo Brasil alimentou todo tipo de especulações em meio à população de Cuba.

Guillermo Rigondeaux, de 26 anos e bicampeão mundial e olímpico, e Erislandy Lara, de 24 e campeão mundial da categoria meio médio, estão em uma casa em Havana desde a madrugada do último domingo, quando chegaram à capital cubana procedentes do Brasil.

Pouco se soube dos dois boxeadores desde então salvo que, segundo fontes familiares, receberam as visitas de suas mulheres e seus filhos na casa onde estão por ordens do governo cubano.

No último domingo, Fidel Castro disse que Rigondeaux e Lara não eram esperados com detenções nem represálias em Cuba e afirmou que serão oferecidas a eles "tarefas dignas e em favor do esporte de acordo com seus conhecimentos e experiência".

O silêncio oficial que se manteve desde então sobre a situação de Rigondeaux e Lara alimentou todo tipo de comentários entre os torcedores, desde os que não perdoam a eles a tentativa de deserção até os que não entendem o que os levou a retornar ao país.

– Eles não pensaram bem, atuaram como estúpidos. Se já tinham ficado no Brasil, é porque era uma decisão que tinham bem clara em suas mentes. Então, como é possível que após poucos dias estejam arrependidos? – questionou um motorista de ônibus, que não consegue entender a mudança de opinião dos atletas.

. Para Arturo, dono de uma pequena lanchonete na periferia de Havana, os boxeadores acabaram se prejudicando, pois "agora ficaram sem dinheiro e sem medalhas".

Um velho técnico de boxe que pediu anonimato se pergunta o que os levou a se deixarem localizar tão facilmente após tomarem sua decisão quando "tinham um futuro glorioso pela frente, eram personalidades, agora não são nada".

– Eu acho que no fundo há uma manobra política muito bem armada pelo governo cubano. Entretanto, só saberemos disto com o tempo – declarou um jovem engenheiro de Havana.

AGÊNCIA EFE

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