Nos Jogos do Pan-Americanos, o levantador Marcelinho, da seleção brasileira de vôlei, viveu um dos momentos mais delicados de sua carreira de 10 anos no grupo. Com o corte do titular Ricardinho, Marcelo Elgarten, 32 anos, assumiu a posição. Quase que da noite para o dia, saiu da condição de eterno reserva para a do homem que teria de ser o armador das jogadas de uma seleção da qual não se esperava nada menos do que o ouro. Ele encarou a pressão e foi um dos destaques da conquista. Segundo o atleta, o ouro pan-americano foi a conquista mais importante da sua carreira.

Zero Hora - Qual foi a importância desses jogos e o do título para a sua carreira?
Marcelinho - Foi o título mais importante da minha carreira. Por tudo que aconteceu, pela saída do Ricardo, por ser no Rio, minha cidade, pela pressão que sofri. Foi maravilhoso!

ZH - Foi um dos momentos mais complicados na seleção?
Marcelinho - Sim. Pela pressão, pela expectativa da saída do Ricardo. Todo mundo queria ver a seleção jogando no Brasil, queriam o ouro. Quando eu entrei, o time ainda estava desentrosado, pela saída do Ricardo. Por tudo isso, foi bem difícil.

ZH - Como se deu a pressão? As pessoas gritavam por Ricardinho. O que você sentiu?
Marcelinho - Eu não sentia nada. Eu procurava jogar. Eu entendo que o público que comprou ingresso antecipado queria ver o Ricardo jogando e eu entendi perfeitamente. Depois, o público estava do meu lado.

ZH - Seu esforço foi flagrado. Na partida da final, você chegou a dar um mau jeito no pescoço na hora de levantar uma bola. O que houve?
Marcelinho - Eu levantei uma bola, e um músculo do pescoço deu uma puxada, aí senti um pouco de dor, mas foi passageiro.

ZH - O que houve realmente com o Ricardinho? Pode falar sobre isso?
Marcelinho - Sim, claro que posso. O que vou falar é o que todo mundo falou. Ele se atrasou na reapresentação e o Bernardo resolveu dispensá-lo. Foi isso.

ZH - O que os jogadores ganham com o Pan além da medalha?
Marcelinho - Não ganhamos nada. A Confederação ficou de dar uma premiação, mas ainda não foi acertado nada.

JANAÍNA KALSING/ZH